? A queimada afeta toda a microflora. Atinge os microorganismos do solo que são extremamente importantes para a decomposição da matéria orgânica ? explicou o especialista em solo da Emater/RS, Edemar Streck.
O presidente da Federação dos Pequenos Agricultores no Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Elton Weber, aponta que, em alguns casos, o fogo possa ser usado de forma controlada. No entanto, para isso seria preciso mudar a lei.
? A rama de acácia é uma cultura em que o cascudo serrador se insere, e só o fogo pode combatê-lo. Nós entendemos que quando necessário poderia ser usado o fogo para ter um controle sobre eventuais pragas, mas em doses sapecadas, não uma fogueira ? explicou Weber.
O trabalho de fiscalização do Batalhão Ambiental segue a atual legislação e, para conter as queimadas no Estado, neste ano, foi intensificado o trabalho de conscientização junto aos agricultores.
? Estamos trabalhando ativamente a educação ambiental. Nossas guarnições visitam propriedades e conversam com os produtores, na tentativa de orientá-los a respeito de procedimentos mais corretos ? explicou o tenente-coronel do Comando Ambiental da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, Ângelo Antônio Vieira da Silva.
O Comando Ambiental se prepara para a quinta etapa da operação. De acordo com informações do Major Eliel de Souza Roque do 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar, até agora 180 propriedades foram fiscalizadas ? cerca de 15,6 mil hectares, em 11 municípios. No total, 111 foram autuadas, e três prisões, realizadas.
O total de área queimada detectada foi de 4,6 mil hectares. A pena prevista para quem pratica a técnica pode variar entre uma multa de R$ 1 mil por hectare ou prisão de seis meses a um ano.