Agripino Maia argumentou que as matérias tramitam há um ano e meio na Câmara e Lula não pode querer que o Senado, com o pedido de urgência, acelere a tramitação e o debate da matéria.
? Achamos um desrespeito do governo pedir urgência de matérias como essas em ano eleitoral. Foi uma desnecessária provocação do presidente Lula.
Ele acrescentou que o governo sabe que, sem a participação dos partidos de oposição no debate, as chances de aprovação dos projetos do pré-sal são praticamente nulas.
O líder do PDT, Osmar Dias (PR), apesar de integrar a base governista, disse que nas reuniões do Conselho Político com o presidente, sempre se posicionou contrário a essa iniciativa.
? A urgência pode dificultar o debate ou até não votar os projetos o que seria muito pior ? argumentou o pedetista.
Osmar Dias lembrou que, por 2010 ser um ano eleitoral com calendário de trabalho no Congresso apertado, o pedido de urgência não é uma boa estratégia. Destacou, porém, que o presidente Lula sempre deixou claro nas reuniões do conselho que quer encerrar o governo com isso resolvido.
? Ele quer, como se diz no meio agrícola, passar o rastelo ? afirmou o senador.
Já o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pretende atuar como “árbitro das divergências” decorrentes da iniciativa presidencial. Para ele, a urgência não prejudica. Mesmo com tempo definido para apreciação, há “a oportunidade de exercer a atividade legislativa em sua plenitude”.
Sarney minimizou o embate político que a iniciativa de Lula deve causar no Senado neste primeiro semestre de trabalho. Segundo ele, isso faz parte do jogo e “da parte do governo, deve fazer tudo para que se aprove com a maior brevidade possível porque é do interesse do Brasil”. .