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Pacote de concessões ao setor de máquinas agrícolas terá efeito no longo prazo, diz Abimaq

Segundo associação, se o programa anunciado pelo governo tiver efeito, impacto virá só mais adianteO pacote de concessões, anunciado em agosto pela presidente Dilma Rousseff, não melhorou o humor dos empresários da indústria de máquinas e equipamentos. De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, os empresários e investidores sabem que, se o programa tiver efeito para a indústria nacional, o impacto virá apenas no longo prazo.

– Nós precisamos de solução para amanhã e não para a década seguinte – afirmou Pastoriza durante coletiva realizada nesta quarta, dia 29, em São Paulo.

Segundo o vice-presidente da Abimaq, são dois os problemas do pacote: a demora para que seja concretizado o que foi anunciado e a possibilidade de que os equipamentos necessários para colocar em prática o plano de infraestrutura sejam importados.

– Mesmo que haja maior demanda de equipamentos, existe a forte possibilidade de que eles acabem ficando muito pouco com as empresas brasileiras, que geram emprego aqui – disse.

Segundo a Abimaq, essa possibilidade está relacionada ao que a associação chama de “processo de desindustrialização”, que apontaria para o uso excessivo de equipamentos importados por conta dos custos elevados da produção nacional.

Por saberem desses obstáculos, os empresários e investidores do setor não se animaram com o pacote de concessões. Os dados divulgados nesta quarta pela Abimaq mostram que os importados representaram 59,5% do consumo aparente da indústria de máquinas e equipamentos no acumulado de 2012 até julho. A revenda de importados respondeu, no mesmo período, por 14,9%, enquanto o mercado interno ficou com 25,6%.

Mercado de máquinas agrícolas está aquecido

Nos seis primeiros meses do ano, as vendas de máquinas agrícolas subiram 15% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Apenas em julho, foram vendidas mais de seis mil máquinas, o que representa um crescimento de 11%. Na avaliação de Pastoreiza, o resultado só não foi melhor por causa das importações, que aumentaram no período.

A expectativa para o próximo semestre é de que as vendas de máquinas e implementos continuem em expansão no país. Um dos motivos para o crescimento está ligado à alta dos preços dos grãos. Outro indicativo positivo no setor de máquinas agrícolas é o nível de emprego, que vem em alta.

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