O evento, realizado na Fecomércio, contou com a presença do embaixador da China no Brasil. Em sua apresentação, Chen Duqing falou sobre os impactos da crise mundial na economia chinesa e detalhou as medidas anunciadas pelo governo para conter a desaceleração econômica. No ano passado, o crescimento do país ficou em quase 12%. Para este ano, o índice não deve passar de 9,5%.
Para frear a desaceleração, o governo chinês anunciou no último domingo, dia 9, investimentos de quase R$ 600 bilhões. Entre as medidas estão a redução da carga de impostos e o aumento da disponibilidade de crédito para pequenas e médias empresas. Para os especialistas, os reflexos desse pacote poderão ultrapassar as barreiras chinesas.
? Esse pacote envolve um orçamento que é 15 vezes maior do que eles investiram nas Olimpíadas, então, com isso, o governo chinês dará com sua economia uma contribuição contra a crise mundial ? disse o presidente da Câmara Brasil-China, Paul Liu.
Já Hsieh Yuan, consultor da bancada chinesa da KPMG ? uma das organizações mais respeitadas do mundo na área de prestação de serviços ? espera que esse reforço ao mercado interno mantenha o patamar mínimo de 8% de crescimento do PIB chinês.
? De forma que o fluxo das commodities, que são o grande volume de exportação brasileiro, não venha a parar ? acrescenta ele.
Também fazem parte do plano de investimentos do governo chinês projetos na área de infra-estrutura, inovação tecnológica e reconstrução dos locais atingidos por desastres naturais. Para o embaixador da China, é aí que podem estar as grandes oportunidades para outros mercados como o Brasil. No entanto, Chen Duqing lembra que é preciso saber mostrar as potencialidades brasileiras.
? Como a China vai manter o crescimento na construção de casas populares, ferrovias e estradas certamente vai precisar de mais aço, cimento e outras coisas. Espero que a nossa Vale [companhia Vale do Rio Doce] e outras mineradoras saibam aproveitar essa oportunidade ? diz o embaixador.
? O Brasil precisa conhecer melhor a China e o empresário brasileiro precisa estar presente. Trata-se de uma economia muito sofisticada que tem oportunidades ? concluiu o presidente do Conselho de Relações Internacionais da Fecomércio, Mario Marconini.