Contudo, a organização diz, no relatório Perspectivas Econômicas da América Latina 2010 da OCDE, que a região mostra sinais de retomada e está se recuperando do choque mais rapidamente do que a maioria das economias desenvolvidas.
De acordo com o documento, a América Latina está conseguindo se recuperar da crise economia global sem comprometer seu progresso rumo a suas metas de desenvolvimento de longo prazo. Para 2010, a OCDE espera uma taxa de retomada substancial, mas ainda abaixo das típicas taxas de crescimento, de mais de 5%, que caracterizaram o período de 2004 a 2008. Além disso, em muitos países, padrões em transformação da migração internacional e das remessas irão afetar a profundidade da crise.
Depois de serem atingidas pela crise econômica e financeira global, as economias da região mostram sinais de recuperação. Melhorias nos fundamentos macroeconômicos e na qualidade da governança econômica em anos recentes permitiram a vários países da região a utilização de estímulos fiscais e monetários de forma sustentável durante a crise. Além disso, a força dos sistemas financeiros tem sido um instrumento para impedir crises financeiras. No entanto, a OCDE destaca que preços voláteis de commodities, fluxos mais escassos de entrada de investimentos de carteira e de capital e remessas declinantes de imigrantes representam desafios importantes para muitos países da região.
? Entre as incertezas para 2010, os desafios de longo prazo para as políticas públicas na América Latina e Caribe permanecem os mesmos: alcançar um desenvolvimento economicamente e socialmente sustentável e criar oportunidades para todos via promoção do crescimento, combate à pobreza e redução da desigualdade. Além disso, a maioria dos países latino-americanos ainda precisa tratar de questões de competitividade no longo prazo se realmente estão para atingir uma elevação sustentável do padrão de vida. Isso significa buscar reformas estruturais, impulsionando a inovação e evitando o protecionismo? disse o Secretário-Geral da OCDE, Angel Gurría, por meio do relatório.
O relatório conclui que os países latino-americanos com maiores fluxos financeiros e comerciais construíram uma maior resistência a choques externos. No entanto, para serem bem sucedidos, esses países precisam diversificar as exportações, proteger suas carteiras financeiras, segurar suas receitas contra riscos, acumular reservas e equilibrar suas contas públicas.
O documento também ressalta a importância que os fluxos de capital e de pessoas relacionados à migração internacional irão desempenhar na recuperação da região. Embora as remessas sejam, geralmente, mais estáveis do que outros fluxos de recursos para as economias latino-americanas, as receitas na região vão cair em 2009, pela primeira vez em muitos anos. Domicílios pobres que dependem dessa fonte de renda irão, particularmente, sentir o aperto.
A OCDE sugere que os governos em países receptores de imigração deveriam ajustar suas políticas de migração e aprimorar seus sistemas de integração para que a migração possa contribuir para atender às necessidades futuras de mão de obra. Além disso, novas políticas devem incluir mecanismos para desencorajar fluxos irregulares e facilitar os canais legais, além de estender benefícios sociais a imigrantes.