Na opinião do presidente da Unica, além da boa perspectiva de oferta de biocombustíveis líquidos, países como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai poderão também suprir os estoques de alimentos mundiais graças à inovação tecnológica promovida pelo agronegócio da região.
? É o maior exemplo de uma agricultura de commodities ancorada em alta tecnologia e no conceito de sustentabilidade, o que preserva o meio ambiente ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade agrícola e industrial ? explicou Jank.
Dados apresentados pelo Icone indicam que 46% da área plantada do Mercosul foi cultivada com métodos conservacionistas, sem prejuízos para o solo e demais recursos naturais. Tais práticas têm possibilitado o fornecimento de 11% dos grãos consumidos no mundo e 24% das oleaginosas comercializadas no mercado internacional.
Desde 2006, a safra desses produtos na região cresceu, em média, 3,5% por ano enquanto as exportações avançaram 2,8% anualmente.
Terras aráveis
O diretor geral do Icone, André Nassar, reforçou a predestinação do bloco para suprir as demandas por alimentos e combustíveis alternativos.
? Tanto de países emergentes quanto na Europa e Estados Unidos, que cada vez mais apertarão as exigências ambientais ? disse o diretor geral.
Do total de terras aráveis disponíveis para expansão da agricultura no mundo, 21% se concentra no Mercosul.
Nassar também coordena a Rede de Conhecimento do Agro Brasileiro (RedeAgro), que oferece informações mais técnicas e aprofundadas sobre temas ligados ao agronegócio nacional. Segundo ele, dos cerca de 1,2 milhão de hectares ao ano que o Brasil terá que incorporar à produção agropecuária nos próximos cinco anos, cerca de 80% terá como origem pastagens degradadas, sem a necessidade de se desmatar vegetação nativa.
Durante o evento, representantes de entidades latino-americanas enfatizaram a necessidade de criar políticas públicas integradas entre os parceiros do Mercosul, para que se possa aproveitar ao máximo as vantagens competitivas da região na produção de alimentos e etanol. Para isso, o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, o diretor da Sociedade Rural Argentina (SRA), Raul Roccatagliata, e o representante do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos do Paraguai (CAFYM), Juan Carlos Muñoz Menna, concordam que os países do continente não podem atuar como concorrentes o tempo todo.