O relatório de dezembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta que a safra de soja do Brasil deve ficar ainda maior do que se esperava em novembro. Para a entidade a previsão agora é que se colha 121 milhões de toneladas, 5,3% a mais que a safra 2018/2019 e maior que as 120,8 milhões de toneladas de novembro.
Esse leve aumento de um mês para outro foi puxado pela perspectiva de incrementos de produção nas áreas de soja do Norte, Nordeste e Sul do país. As principais mudanças estaduais, se comparado a novembro, acontecem no Rio Grande do Sul, que agora tem a previsão de colher 18,6 milhões de toneladas (ante as 18,5 milhões de novembro) e em Tocantins, que agora deve colher 3,2 milhões de toneladas, contra os 3,1 do mês anterior.
“Embora a irregularidade das chuvas atrasaram a semeadura em alguns estados, como Mato Grosso do Sul e Goiás, requerendo atenção, as condições apresentadas, de maneira geral, indicam um acréscimo de 5,3% na produção em comparação à 2018/2019, devendo alcançar 121 milhões de toneladas”, diz a entidade.
As safras do Sudeste e Centro-Oeste permaneceram inalteradas, se comparadas ao do mês passado. Isso significa que Mato Grosso segue com a previsão de produzir 33,1 milhões de toneladas E São Paulo com um recorde estadual de 3,6 milhões de toneladas.
“A safra 2019/2020 de soja deverá ter uma área 2,6% maior que na última temporada, continuando a tendência de crescimento das últimas safras. Em razão do clima, a semeadura iniciou de forma modesta em relação à safra passada, mas dentro da normalidade quando comparada às outras safras”, afirma a entidade em seu relatório.
Atraso não atrapalha previsão de safra recorde
Segundo a Conab, na região Centro-Oeste, por exemplo, Mato Grosso iniciou outubro com 8% (cerca de 800 mil hectares) da área prevista para o plantio efetivamente semeada.
Em Mato Grosso do Sul apenas 1,5% (45 mil hectares) e em Goiás 0,5% (aproximadamente 18 mil hectares).
“De maneira geral, o Brasil fechou setembro com cerca de 4% da área de soja semeada. Em outubro, as condições climáticas registradas no país foram variadas e esse cenário impactou na evolução do cultivo. Em alguns estados, como Mato Grosso, as operações foram intensificadas com a realocação de equipamentos e mão de obra. O mês se encerrou com 83% da área no estado já semeada”, afirma em nota.
Nas regiões Norte e Nordeste, em particular no Matopiba, até novembro não foram atingidos os mesmos percentuais de plantio da safra passada, considerando, no entanto, que o período ideal de plantio para a região ainda está vigente.