O evento mais importante do ano para a cadeia da soja, a Abertura Nacional da Colheita da Safra 23/24, teve início hoje (1º) na Fazenda Grandespe Sementes, em Tapera, no Rio Grande do Sul, às 8h30 (horário de Brasília).
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Sob a mediação de Giovani Ferreira, diretor de conteúdo do Canal Rural Sul, especialistas participaram do painel sobre o mercado, discutindo os desafios e perspectivas para a safra atual.
Quadro de palestrantes
O evento contou com a participação presencial gratuita, reunindo nomes de destaque como Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul, e Luiz Fernando Gutierrez, analista da consultoria Safras & Mercado. Os participantes virtuais, Felippe Serigati, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e Matheus Pereira, fundador da Pátria Agronegócios, contribuíram com suas análises remotamente.
Análise do início complicado da safra
Serigatti destacou os desafios enfrentados no início da safra, observando que uma quebra não necessariamente impulsiona os preços para cima. Ele ressaltou a importância de refletir sobre o aumento significativo da produção de soja no Brasil nos últimos anos.
Desafios e realidades do mercado
Antônio da Luz enfatizou a necessidade de encarar a realidade diante do aumento expressivo na produção de soja. Em 2023, o Brasil produziu 155 milhões de toneladas, um aumento notável em relação aos 130 milhões de toneladas de 2022. Ele ressaltou que não há solução mágica para os desafios atuais do mercado.
Reflexões sobre expansão de áreas cultivadas
Felipe Serigatti levantou questionamentos sobre a expansão de áreas cultivadas para a soja, ponderando se essa estratégia está facilitando a oferta de maneira sustentável. Ele comparou a situação ao setor arrozeiro, que, ao entender os limites de produção, evitou crises.
Irregularidade na safra
Luiz Fernando Gutierrez destacou a extrema irregularidade da safra, uma das mais difíceis em seus 14 anos de atuação no setor. Ele apontou que as colheitas antecipadas contribuíram para uma menor produtividade e revelou que cerca de 40% da colheita já foi concluída em todo o Brasil.
Rio Grande do Sul como destaque
Gutierrez apontou que o Rio Grande do Sul se tornará o segundo maior estado produtor de soja em 2024, superando o Paraná. No entanto, ele alertou que, apesar disso, o preço da soja está 50 reais abaixo do mesmo período do ano passado.
Perspectivas para o 2º semestre
Pereira e Serigati ainda compartilharam visões otimistas para o segundo semestre, acreditando em melhorias, especialmente após a entrada significativa de soja no mercado. Pereira chamou a atenção para a “fotografia embaçada” sobre a safra americana, destacando que as análises ainda não refletem completamente a redução da safra no Brasil.