Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Para ONG britânica, ameaças pressionam empresas por prática sustentável

Segundo o representante da Earthwatch, companhias continuarão a buscar práticas sustentáveis, independentemente do resultado de acordos governamentaisAs "ameaças" e as "oportunidades" são os principais motivos que levam as empresas a adotarem novas práticas de sustentabilidade, segundo Ed Wilson, presidente da organização não-governamental (ONG) britânica Earthwatch, referência em pesquisas científicas e educação ambiental. Na avaliação de Wilson, esses motivos explicam porque as companhias continuarão a buscar práticas sustentáveis, independentemente do resultado de acordos governamentais, como os que vierem a ser fechados na Convenção das N

? As empresas têm a necessidade real de entender como as mudanças climáticas vão interferir nas reservas naturais e nas novas tecnologias que utilizarão em seus negócios. É aí que estão as ameaças e as oportunidades ? afirma Wilson.

Ele cita como exemplo a onda de calor que atingiu a Rússia no último verão e destruiu 14 milhões de toneladas de alimentos, causando prejuízos globais na ordem de US$ 300 bilhões. Por outro lado, as oportunidades também impulsionam as empresas a agir e buscar inovação. O mercado de energia limpa, no qual se encaixam os bicombustíveis, tem o potencial de movimentar mais de US$ 2 trilhões nos próximos anos, segundo Wilson.

Neste ano, a ONU preparou um relatório com enfoque no benefício econômico global da diversidade biológica e nos custos da perda da biodiversidade. O relatório “A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade” (Teeb, na sigla em inglês) também dá exemplos à comunidade empresarial de “mercados verdes” que estão em crescimento ao redor do mundo. Um dos destaques do levantamento é o setor de produtos agrícolas certificados, que deve alcançar US$ 210 bilhões até 2020.

Clientes e consumidores também são fatores de pressão para as empresas, ao lado de acionistas e investidores, na medida em que escolhem quais produtos comprar ou onde vão investir. Daí a importância de companhias assumirem preocupações socioambientais.

? A pesquisa e os projetos são uma plataforma para ajudar os clientes, os investidores e a comunidade a entender que a empresa é limpa. É uma ação de marketing limpo ? afirma Wilson.

O gerente do HSBC Romio Simões conta que conseguiu conquistar pelo menos quatro grandes clientes corporativos para o banco por meio da divulgação de práticas positivas do grupo. O HSBC investiu US$ 100 milhões, em cinco anos, numa parceria global com quatro ONGs, entre elas a Earthwatch. No Brasil, o projeto leva funcionários para participar de pesquisas científicas numa reserva de Mata Atlântica em Guaraqueçaba, no litoral do Paraná.

Os empregados ficam em contato com a floresta por duas semanas, período em que entram na mata, identificam espécies vegetais e ajudam biólogos a colher dados sobre as árvores. Em seguida, voltam para o banco e passam a divulgar o tema da sustentabilidade para colegas e clientes. Numa palestra, com cerca de 120 clientes, funcionários e instituições, foi que o gerente ainda angariou novas contas.

? A intenção da palestra era divulgar o que aprendemos sobre mudanças climáticas, e as ações institucionais do HSBC. Além disso, ganhamos clientes importantes e fomos escolhidos o banco de investimentos de alguns deles ? acrescenta.

Regulamentações

Na entrevista para a Agência Estado, Wilson cita o avanço das normas e regulamentações oriundas do poder público como o último grande motivo para companhias agirem em prol da sustentabilidade.

O Brasil aguarda a regulamentação de políticas sobre mudanças climáticas, que preveem metas para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. A lei nacional foi proposta no ano passado e apresentada durante a COP-15, em Copenhague, na Dinamarca, e propõe a redução de 36,1% a 38,9% das emissões de gás carbônico projetadas até 2020. Também há leis com teor semelhante nos Estados. A de São Paulo também aguarda regulamentação e defende e meta de redução de 20% das emissões até 2020, com base nas emissões de 2005.

Na COP-16, em Cancún, o presidente da Earthwatch vê pouca chance de progresso nas grandes negociações globais. Apesar disso, acredita que empresas e ONGs vão difundir bons exemplos de ações sustentáveis em encontros paralelos com os negociadores dos governos.

? A iniciativa privada, as ONGs e as pessoas voluntárias vão mostrar que é possível fazer a diferença. Os governos só respondem depois que a sociedade e as empresas tomam a iniciativa ? afirma Wilson, que acredita no potencial de um movimento de baixo para cima, ou seja, que parta da sociedade rumo aos negociadores globais.

Sair da versão mobile