Para Rossi, Brasil não pode aceitar controle dos preços internacionais das commodities

Assunto deverá ser discutido na reunião dos ministros da Agricultura do G-20 no próximo mêsO Brasil não pode aceitar o controle dos preços internacionais das commodities. Foi o que afirmou nesta quinta, dia 26, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Segundo ele, durante 30 anos nenhum país teve a intenção de criar mecanismos para controlar a volatilidade. No próximo mês, na França, o Brasil deve discutir o assunto na reunião dos ministros da Agricultura do G-20, o grupo que reúne os oito países mais desenvolvidos e as nações em desenvolvimento.

O ministro abriu o seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2011 e 2012 falando da importância em debater a relação entre agricultura, pecuária e mercado financeiro. Mas, logo depois criticou a intenção de países que querem controlar o preço das commodities agrícolas, a exemplo da França.

? Quando se lançou a primeira ideia para o G-20 agrícola, ela foi uma ideia perversa e inadmissível e nós, imediatamente, a contraditamos que era a ideia, que alguns países ricos tem, de que podem fazer e exercer um controle sobre o preço das commodities ? disse o ministro.

Ele afirmou que vai levar o assunto para a reunião de ministros de Agricultura do G-20, nos dias 22 e 23 de junho, na França.

? A preocupação a longo prazo é com players que possam ter uma expectativa de fazer contratos futuros para ganhar o aumento do preço das commodities , ou seja, dos alimentos. E isso é o que nós vamos estudar agora no G-20 Agrícola, em Paris, para tentarmos minimizar este risco ? afirmou ele.

Para o diretor presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, o G-20 Agrícola deve sim discutir o preço das commodities. Mas, em primeiro lugar, deve aperfeiçoar medidas para regular o mercado, antes de colocar a culpa nos especuladores.

? A crise mostrou que o Brasil está com o arcabouço regulatório não só preparado, mas como um modelo para muito outros países, principalmente na questão da regulação de produtos de bolsa. Nós não vemos nenhuma preocupação, a gente vê que é importante porque cada vez mais que isso é discutido, mais se tem informação e mais detalhe técnico se tem sobre este contexto ? observou Edemir Pinto.

Durante o encontro, o ministro Wagner Rossi também anunciou recursos do plana safra. Serão R$ 107 bilhões, 7 bilhões a mais do que no ano passado. Este ano o governo pretende lançar cinco novas linhas de crédito. Entre os destaques investimentos do setor sucroalcooleiro e na pecuária de corte. O anúncio do plano ainda não tem data mas, segundo o ministro, deve ocorrer na primeira quinzena de junho.