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Paralisação de sete mil trabalhadores no Porto de Santos (SP) completa 20 dias

Problemas começaram quando o Ministério do Trabalho colocou em vigor novo sistema de ponto e escalação eletrônicosDesde o dia 29 de maio cerca de sete mil trabalhadores do setor de carregamento de navios do Porto de Santos, em São Paulo, estão com as atividades paralisadas. Os problemas começaram quando o Ministério do Trabalho colocou em vigor um novo sistema de ponto e escalação eletrônicos.

Todos os dias, às 12h, quando normalmente saem as possibilidades de cargas, os trabalhadores se reúnem no Órgão Gertor de Mão de Obra (OGMO), mas muitos deles não conseguem retomar os trabalhos. Segundo o presidente do sindicato dos estivadores, César Alves, a categoria não está em greve. O que acontece é que desde que o novo sistema de ponto eletrônico foi implantado eles não conseguem fazer parte da nova escalação eletrônica.

— O posto de escalação vem ficando muito cheio inclusive, mas o pessoal não consegue se escalar por defeito do sistema que foi instalado pelo OGMO — explica Alves.

O novo ponto eletrônico trata todos os funcionários da categoria de uma mesma maneira, sem subdivisão entre funcionários mais antigos e mais novos.

— O trabalhador estivador possui 14 funções diferentes, devidamente qualificadas, até com cursos feitos pela Marinha. Depois passou ao OGMO, que também realizou diversos cursos. Com a implantação dessa escala eletrônica, isso vem sendo desobedecido de forma aleatória, não respeitando nossas qualificações — comenta o presidente do sindicato.

Os trabalhadores reivindicam também garantia de trabalho para que as 11 horas de descanso, propostas pelo Ministério, possam ser cumpridas com tranquilidade.

Como não houve acordo, desta segunda, dia 18, até quinta, dia 21, funcionários do Ministério do Trabalho e uma desembargadora acompanham a escalação dos estivadores. Nesses dias, os dois procedimentos, o antigo e o novo, estarão em funcionamento para que os procedimentos possam ser comparados. A partir do resultado, será feita uma assembleia na próxima semana.

O sindicato patronal está envolvido nas negociações e quer chegar logo a um consenso, mas eles acreditam que as questões da greve vão muito além do novo modo de escalação. José dos Santos Martins, diretor executivo da Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) diz que o posicionamento contrário está ligado a vantagens aos trabalhadores mais antigos, como por exemplo, a escolha das melhores cargas.

Enquanto o impasse não se resolve prejuízos já foram registrados. Nos primeiros dias de paralisação, ainda em maio, navios ficaram parados no porto sem conseguir embarcar. Desde então o problema vem sendo reparado. Hoje quase todos os navios estão em funcionamento, mas porque funcionários de outras áreas, como portaria, segurança ou até motoristas de empresas de cargas, foram colocados para trabalhar.

Para a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), os impactos da paralisação não foram grandes. Nos primeiros dias as atividades foram prejudicadas, mas agora o atraso na partida de navios não está relacionado a isso.

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