Em 2009, o excesso de chuvas atrapalhou a colheita de cana no Paraná, quando mais de 9 milhões de toneladas ficaram no campo. No ano passado, o problema foi a falta de água, que também reduziu a produção. O Estado tem perto de 600 mil hectares plantados com cana. As indústrias buscam alternativas para se manterem competitivas.
Na última safra, o Paraná colheu 43,5 milhões de toneladas de cana. A expectativa para o período 2011/2012 é de 47 milhões de toneladas, mas ainda é pouco. Antes da crise mundial de 2008, o setor crescia 10% ao ano, depois, caiu para 2,5%. Mas, apesar da recuperação lenta, a demanda global por açúcar e etanol pode trazer um cenário mais positivo.
Um grupo vindo da Índia, país que tem as maiores refinarias de açúcar do mundo, viu no interior de São Paulo e na usina do município de São Miguel do Cambuí, no Paraná, oportunidades de renda. Na unidade paranaense foram investidos R$ 30 milhões na nova fábrica de açúcar e em reformas na destilaria. Com as inovações, se projeta uma capacidade produtiva de 300 mil toneladas por ano, só em São Miguel.
A direção da empresa acredita que dificuldades pontuais, como a crise mundial e a influência do clima, não devem prejudicar os planejamentos de médio e longo prazos.
? Estamos nos preparando para duplicar essa planta, criando uma alternativa importante para os agricultores da região e para nossa empresa. Continuaremos investindo, o mercado é promissor, o clima não está ajudando, mas a vontade dos nossos acionistas nos leva a continuar investindo e acreditando ? Paulo Zanetti, presidente da usina.