Esta é a segunda vez que o vazio sanitário da soja entra em vigor no Paraná, de 15 de junho a 15 de setembro. Conforme a resolução assinada pelo secretário da Agricultura, não pode haver plantas vivas de soja, em plantio, resteva, parques, praças e, até mesmo, derramamento de grãos durante o transporte, pois pode ocorrer a germinação dos grãos.
O vazio sanitário é uma medida fitossanitária recomendada pela pesquisa, que orienta a eliminação do hospedeiro ? a soja ? para se eliminar o fungo causador da doença “ferrugem da soja”, que provoca queda das folhas e prejudica a formação dos grãos, derrubando drasticamente a produtividade das lavouras.
? A preocupação é que, mesmo as plantas isoladas, que nascem em beiras de estradas, ferrovias ou no trajeto até os armazéns, podem ser hospedeiras da doença e assim migrar para as lavouras em períodos de safra normal ? explicou a engenheira agrônoma do Departamento de Fiscalização e da Defesa Agropecuária, Maria Celeste Marcondes.
Segundo a pesquisadora Claudia Godoy, do Centro da Embrapa Soja, em Londrina, no Paraná, Mato Grosso do Sul e norte de Santa Catarina, a adoção do vazio sanitário vem gerando resultados animadores aos produtores. Na área plantada com soja, acompanhada pela Coamo ? Cooperativa Agropecuária de Campo Mourão – a média de aplicação de fungicidas decresceu. Esse número, que atingiu 2,3 vezes a aplicação em 2006/07, durante o ciclo de desenvolvimento da planta, caiu para 1,8 vez na safra 2007/08 e para 1,3 vez a aplicação nesta safra 2008/09.
A prática do vazio sanitário também está se revelando mais eficiente que a simples aplicação de fungicidas. Segundo os pesquisadores do Centro da Embrapa Soja, em Londrina, algumas populações do fungo causador da ferrugem asiática estão menos sensíveis aos fungicidas. Portanto, os produtos utilizados para combater a doença não são tão eficientes quando era no passado.
? Os triazóis, sozinhos, eram muito bons, até como curativos. Hoje não têm tanta eficiência ? disse a pesquisadora Claudia Godoy.