Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o material contribui para um sistema mais eficiente de produção de alimentos. O método criado pelo cientista francês Andre Voisin, apresentado em uma das cartilhas, propõe mudança na forma de produção de carne e leite.
? Temos extensas áreas de pastagens produzindo meio boi por hectare/ano, situação que deve ser revertida para um modelo mais sustentável ? avaliou Ortigara.
A cartilha Pastoreio Racional Voisin é de autoria do médico veterinário Evandro Massulo Richter, do CPRA e da Emater, com membros da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Cicero Teófilo Berton e Luis Carlos Pinheiro Machado Filho.
A produção de alimentos em ambiente protegido no Estado tem crescido, e as estufas construídas com bambu proporcionam economia de 20% a 30% ao produtor em relação aos modelos de estufas convencionais, conforme o CPRA. O bambu representa um recurso natural com um imenso potencial agrícola, devido a sua versatilidade, resistência, vitalidade e beleza. Além disso, pode ser utilizado como sequestrador de carbono.
A cartilha Estufa Ecológica – uso do bambu em bioconstruções foi elaborada em por Julio Carlos Bittencourt Silva, engenheiro agrônomo da Emater e coordenador de recursos naturais e produção vegetal integrada do CPRA, e Voltair Martins de Oliveira, técnico em meio ambiente, e pela equipe de bioconstruções do CPRA.
Referência
Segundo Ortigara, o desafio do CPRA é transferir tecnologia e conhecimento e se tornar referência em todo o país. A Secretaria está disposta a implementar um plano estratégico e dar mais capacidade técnica e estrutural para que o CPRA tenha condições de apresentar soluções ousadas tanto para a produção como para o consumo de produtos agroecológicos.
A sistematização dessas técnicas em agroecologia representa o início de material técnico gerado pela instituição. Segundo o presidente do CPRA, João Carlos Zandoná, o Paraná já se destaca na produção agroecológica, reunindo cerca de sete mil produtores e 140 mil toneladas de produtos orgânicos produzidos anualmente que tornam o Estado o segundo maior produtor de alimentos orgânicos do país.
? Há muito o que fazer para a organização dos produtores ? afirmou.
Segundo Zandoná, a organização do produtor implica auxiliá-lo no processo de certificação das técnicas de produção adotadas na propriedade. No Paraná, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) faz essa certificação e atualmente cerca de mil produtores já estão certificados. A meta é ampliar essa participação.