Chandoha lamentou que a alteração promovida pelo Mapa tenha ocorrido quando 87% da área de cultivo de trigo já foi plantada no Paraná. Está previsto o plantio de uma área de 1,1 milhão de hectares no Estado. Segundo ele, o Paraná está avançando na produção de trigo de melhor qualidade e o Governo Federal altera as regras bem no meio do jogo.
O secretário disse que, junto com os representantes do setor produtivo no Estado, vai encaminhar um documento ao ministro da Agricultura Wagner Rossi solicitando a revisão da medida para evitar o desestimulo dos produtores de trigo. Ele vai apresentar ao ministro os custos de produção da cultura no maior Estado produtor do país na tentativa de sensibilizar as autoridades federais.
Com a redução, o preço mínimo do trigo cai abaixo dos custos de produção. Segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o preço do trigo melhorador era R$ 33,30 o saco de 60 quilos e agora cai para R$ 29,97, valor que não cobre o custo operacional do cultivo do grão que é de R$ 32,20.
Chandoha destacou que os produtores e o Governo do Paraná atenderam a um chamamento feito pelo próprio Governo Federal que, há cerca de dois anos, instituiu uma política clara de incentivo à produção de trigo em toda a Região Sul. Essa política tinha como objetivo a redução das importações e a autonomia na produção deste cereal, que é considerado produto de segurança nacional. A intenção era reduzir em pelo menos em 50% as importações no prazo mínimo de 5 anos.
O Governo do Paraná criou o programa de subvenção ao prêmio do seguro do trigo. Inclusive na última terça, dia 22, assinou o contrato com as companhias seguradoras para a safra 2010. Com a subvenção, o governo Estadual paga 15% do valor do prêmio do seguro do trigo, caso o produtor venha a perder a lavoura por problemas climáticos. E amplia a subvenção para mais 15% se a lavoura for de trigo irrigado.
Com essas políticas de sustentação e o clima favorável, o Paraná tem a expectativa de produção de até 3 milhões de toneladas de trigo para a safra deste ano. No ano passado, foram colhidas 2,67 milhões de toneladas.
O Ministério da Agricultura argumenta que o preço mínimo do trigo está acima do preço praticado no mercado. Na avaliação do secretário, o Governo Federal tem que adotar políticas compensatórias sob risco de desestimular a produção de trigo no país.
Chandoha defende a necessidade de haver um equilíbrio por meio de políticas públicas com instrumentos reguladores de mercado, com a necessidade de compensar também os produtores que estão acumulando perdas e com a valorização do real perante o dólar.