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Paraná quer avançar na produção de cafés especiais e premia produtores pela qualidade

Estado já foi maior produtor nacional da cultura, mas clima, custos e mão de obra reduziram áreaA produção de café especial vai ajudar alguns produtores do Paraná na comercialização dos grãos. Eles foram premiados pela qualidade do que foi produzido nos pés. Mesmo assim, a principal preocupação entre os cafeicultores continua sendo a falta de chuva.

O trabalho com a enxada é só pra tirar o matinho que ainda ficou, mesmo depois do pulverizador. A lavoura está bonita, já deu uma florada, mas Ivo Reineri e Valdir, um dos filhos dele, estão preocupados com o tempo. Eles dizem que no ano passado a geada prejudicou a produção. Agora, é tempo seco demais que preocupa. Eles esperam que chova logo pra que os grãos se desenvolvam. Ivo está com a esperança de colher entre maio e junho de 2015 até 1200 sacas, nos 14 hectares que planta com um irmão e mais um filho.

Este é um ano de baixa na produção de café. Ivo produziu 300 sacas, um quarto do que ele espera produzir nesta próxima safra. Foi um ano ruim de preços também. Todo café que foi colhido na propriedade está guardado ainda e o pessoal está esperando que o preço melhore.

O produtor diz que ofereceram R$ 420 pelo café arábica, bebida dura que ele colheu. Já esteve pior, ele admite. Mas pode melhorar também, o ideal é R$ 500. O que acontece é que os custos estão muito altos e a margem está cada vez menor.

Outros produtores já vão ter um preço mais atrativo. Foram selecionados no concurso no Paraná sobre a qualidade do café. São 20 cafeicultores do Estado que alcançaram a pontuação de referência para qualidades, na escala da Associação Americana de Cafés Especiais (BSCA). Além do certificado, eles vão ter garantia de venda com preços que variam de R$ 647 até R$ 1038, dependendo da colocação no concurso. Foram três categorias: café natural, cereja descascado e micro lotes, de agricultores familiares. Em cada uma delas, cinco premiados. Do quinto lugar, como prêmio, o governo paga o valor da cotação da BM&F mais 25%. Do primeiro lugar nas três categorias, também o preço da BM&F mais 100%. Além disso, os campeões conquistaram o direito de participar do concurso nacional, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

O secretário de Agricultura do Paraná diz que a vocação do Estado é produzir cafés de qualidade.

– O Paraná tem um potencial de produção ainda de um 1,5 milhão de sacas por ano e queremos ser diferentes pela qualidade. Queremos vender no Japão, na Alemanha, nos Estados Unidos, na Europa como um todo, no Brasil mesmo, café diferente, não bica corrida, não grão comum, mas um café de bebida bem pontuada, bem classificada no ranking internacional de bebidas. Este é o esforço que fazemos – aposta Norberto Ortigara, o secretário.

O Paraná já foi o maior produtor de café do Brasil. Na década de 1960, tinha 1,8 milhão de hectares com a cultura. Agora, não tem mais que 58 mil. Em volume, o Estado colheu na última safra 500 mil sacas. A geada, o preço e os custos, principalmente com mão de obra, desanimaram muita gente nos últimos anos.

– Sabemos que está difícil produzir café, têm dificuldades de mão de obra no campo, tem muita gente precisando mecanizar um pouco mais a parte de seus processos. Então, nós precisamos trabalhar nisso de tal forma que tenhamos ainda assim café no Paraná, café de qualidade, bem feito, e tanto quanto possível, reduzindo a penalidade do trabalho dos agricultores – afirma Ortigara.

Os produtores campeões, nas três categorias foram: José Eduardo Ferraz, Marcos Novak e Adriano Bueno.

Assista à reportagem:

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