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Parceria abre alternativas para cadeia produtiva de citricultura

Instituto Agronômico de Campinas disponibilizou parte do acervo do Centro de Citricultura para pesquisas com subprodutosUma parceria firmada para o desenvolvimento de novas variedades de óleos essenciais abre novas alternativas para a cadeia produtiva de citrus. O acordo firmado entre o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e uma companhia sediada na Suíça permite que técnicos da empresa estrangeira tenham acesso a parte do acervo do banco de germoplasma do Centro de Citricultura da instituição para pesquisar essências que poderão ser fornecidas para a indústria de alimentos. Em troca, fornecerão ao centro os re

O banco de germoplasma conta com 1,7 mil variedades, sendo mais de 500 só de laranja, em 24 hectares de área. O acervo existe desde 1930 e, ao longo do tempo, serviu, principalmente, para pesquisa agronômica.

De acordo com especialistas, o processamento da laranja vai além da extração do suco, deixando diversos subprodutos. Entre eles, a polpa cítrica, usada para a alimentação animal, e o d-limoneno, destinado à fabricação de solventes. Para o diretor do Centro de Citricultura do IAC, Marcos Machado, ainda há muito a ser explorado. Ele ressalta a importância da parceria.

? A citricultura tem uma série de problemas fitossanitários que sempre concentraram muito esforço da pesquisa. Tanto para o melhoramento quanto para resistência a doenças, adubação e nutrição. E este aspecto foi deixado de lado até o momento, porque também não é o perfil da pesquisa que é conduzida por um centro como o nosso, que é muito agronômico ? explica.

Machado demonstra otimismo sobre os resultados dos estudos, apesar de não ter previsão de quando eles surgirão. Esta não é a primeira parceria feita pelo centro para a pesquisa com subprodutos. Outro trabalho começou em 2009, também para a descoberta de novas essências, e deve ter resultados publicados em 2012. Segundo Machado, são iniciativas que abrem frentes de trabalho para o que ele chama de novo segmento da citricultura, com benefícios para toda a cadeia produtiva.

? A ação abrirá informação para novas cultivares que não terão valor de fruta de mesa nem comercial, mas terão valor agregado na extração de produtos naturais ? aponta.

Os subprodutos de citrus são considerados de alto valor agregado. Em 2009, o preço médio por tonelada do óleo essencial de laranja, por exemplo, chegou a US$ 1,96 mil. O do suco concentrado, no mesmo ano, chegou a US$ 1,15 mil.
O presidente da CitrusBR, Christian Lohbauer, avalia de forma positiva o interesse de empresas na pesquisa com subprodutos.

? Pode-se fazer um paralelo aqui ao açúcar. A molécula, por exemplo, encontrou um novo destino, que é a produção de plástico. Isso ainda não aconteceu com a laranja, mas é o que se vislumbra a partir de agora ? afirma.

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