Para ele, além da demanda crescente por bioplásticos, o uso da cana para fabricação de matéria-prima em pneus tem o apelo da sustentabilidade.
? Do ponto de vista ambiental, as vantagens de se produzir um produto renovável são muito maiores, principalmente quando comparadas ao uso de um derivado de petróleo ? explica.
O acordo entre Amyris e Michelin tem como objetivo o desenvolvimento de isopreno a partir de fontes renováveis da marca No Compromise® (sem perdas, em português, em tradução livre), extraídas da cana-de-açúcar pela Amyris. O isopreno é o principal componente químico utilizado em pneus e produtos que utilizam borrachas naturais e sintéticas, como adesivos, revestimentos e selantes.
Leque ampliado
? Esta parceria permitirá a ambas as empresas continuar a tradição de inovação da Michelin na indústria de pneus e expandir a plataforma industrial de biotecnologia da Amyris para novos produtos ? disse John Melo, CEO da Amyris.
? A demanda crescente por isopreno e a vontade de ampliar as fontes de matérias-primas sustentáveis criam uma grande oportunidade para a Amyris trazer para o mercado soluções renováveis com o desempenho do No Compromise®, o que também reduz a volatilidade dos preços ? completou.
A Amyris e a Michelin informaram que dividirão os custos e recursos técnicos para desenvolver a produção do isopreno, que deve ser comercializado a partir de 2015. Pelo acordo, a Michelin compromete-se com o escoamento do produto por um período de dez anos, enquanto a Amyris mantém o direito de vender o isopreno para seus clientes.
Tecnologia de ponta
A tecnologia da Amyris, usada atualmente para produzir, em escala comercial, uma molécula com 15 átomos de carbono chamada farneseno, também pode converter açúcares de plantas em isopreno, uma molécula contendo cinco átomos de carbono e que constitui o principal ingrediente para produção de borracha sintética. Tradicionalmente, o isopreno tem sido obtido como um sub-produto da produção de etileno ou a partir de resíduos de refinaria.