Parceria entre produtor e assistência técnica oferece monitoramento constante e resultado aparece na hora de colher
Ricardo Cunha | Castro (PR)
Cooperativismo de resultado. É assim que se pode definir a parceria entre os produtores e a assistência técnica da Cooperativa Castrolanda, no Paraná. A consequência disso é vista nas altas produtividades alcançadas e na tecnologia de ponta no campo.
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Há pelo menos seis anos o produtor rural Roeloef Harm Rabbers conversa com o agrônomo da cooperativa para fazer o planejamento da safra. Em comum acordo, eles escolhem as cultivares, definem o tipo de adubação e programam as aplicações de herbicida, inseticida e fungicida.
– Desde antes do plantio a gente já faz essa parceria. É um planejamento até a colheita e também pós-colheita, com tudo o que vamos produzir no inverno e na safra seguinte – comenta Rabbers.
Roeloef faz parte da terceira geração da família que produz soja e milho, também cria suínos e ovinos na propriedade de 900 hectares no município de Castro, no leste do Paraná. O avô foi um dos primeiros associados da cooperativa fundada por holandeses na década de 1950. Desde aquela época, o diferencial da Cooperativa Castrolanda é assumir 100% da responsabilidade técnica da atividade agrícola dos cooperados.
Durante a safra, semanalmente, o agrônomo visita as lavouras e faz as prescrições necessárias. De longe, pode parecer uma interferência, mas Rodrigo Tomazzoni Namur, um dos profissionais de assistência técnica da cooperativa, afirma que os agricultores enxergam de outra forma.
– O produtor se sente bastante confortável com esse modelo que hoje atuamos. Ele participa das tomadas de decisão, mas o agrônomo, com uma maior informação, toma as decisões técnicas da condução das lavouras – explica Namur.
– Às vezes é alguma coisa ou outra, o produtor quer fazer uma coisa diferente, o agrônomo dá sua opinião também, mas no final sempre há comum acordo e fica muito bom assim – afirma Roeloef Rabbers.
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Os resultados no campo têm confirmado o sucesso dessa parceria entre assistência técnica e produtores rurais.
– As nossas médias de produtividade são bastante boas. Temos estabilidade de produção e esse modelo vem se consolidando ao longo do tempo. A gente vem com um incremento anual de 4% a 5% em soja, milho e feijão – argumenta o coordenador de assistência técnica da Cooperativa Castrolanda.
A região de Castro tem sido um exemplo para o país em termos de rendimento de soja. Os vencedores das duas últimas edições do concurso de máxima produtividade do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) saíram dessa parte do Paraná.
Na safra 2012/2013 o ganhador foi um agricultor de Castro, que obteve média de 110 sacas por hectare. Na safra seguinte, 2013/2014, o maior rendimento foi em Guarapuava. O produtor Alexandre Seitz colheu média de 117,3 sacas por hectare.
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Roelof Rabbers, por enquanto, não pensa em participar do concurso do Cesb, mas quer aumentar a produtividade da lavoura. Nesta safra ele investiu muito em tecnologia.
– A Intacta está entrando muito forte na região. Estamos com 5% a 10% dela na região neste primeiro ano. Acho que pode ser o futuro. A gente espera produzir um pouco mais com a Intacta. Talvez até 70 sacas de soja – projeta.
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