No norte de Mato Grosso – município de Alta Floresta, a fazenda da família Zaura possui 305 hectares e 800 cabeças de gado. O trabalho com a pecuária vem desde que a propriedade foi adquirida por eles há 40 anos. Na época, a ordem era desmatar e abrir ao máximo as propriedades da região. O município chegou a fazer parte da lista dos maiores desmatadores da Amazônia. Hoje, o trabalho se inverteu e protegem nascentes e cursos d’água com a recuperação da vegetação nas Áreas de Preservação Permanente (APP).
O produtor Dirceu Paulo Zaura explica que a recuperação exige manutenção e cuidados: “Tem que prestar muita atenção na rebrota da braquiária que é o capim, que predominava na área. Então, tem que fazer o controle para não abafar a planta que está sendo regenerada”, frisa.
O trabalho não se limita em apenas a isolar as áreas
Os proprietários de terras na região com App’s degradadas, podem contar com a ajuda do Instituto Centro de Vida (ICV) através do projeto Regeneração Natural Assistida (RNA). O instituto tem captado recursos internacionais que custeiam os insumos necessários para isolar as áreas a serem recuperadas. O material é doado ao proprietário que estiver disposto a recuperar essas áreas.
A parceria entre os produtores e a RNA é o tema do MT Sustentável desta semana.
Na fazenda dos Zaura já foram recuperados 8 hectares e tem ainda 12 hectares pela frente a serem isolados e recuperados. A produtora Patrícia Zaura conta que precisavam de um apoio para decidir o que fazer e como fazer. Foi então que o ICV entrou para ajudar na tomada de decisões.
Parceria já conta com 85 propriedades
A parceria entre o ICV e os produtores rurais já atinge 85 imóveis. A chácara do Sérgio Paulo Mengarde é mais um exemplo dessa atuação. Nela, a área foi isolada para que ocorra a regeneração natural e conta com uma propriedade de 2,5 hectares.
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Os canteiros são todos irrigados e recentemente foi construída uma estufa para hidroponia. A água é um elemento indispensável e a área de mata no fundo da propriedade é a esperança para uma nascente que existe e volte a fornecer água de qualidade.
“Uma nascente hoje é tudo, né? A gente tendo água tem mais produção. Pro hortifrutigranjeiro, sem água, não adianta”, pontua Sérgio.
Eduardo Darvin é biólogo e coordenador do programa de negócios sociais do ICV, do qual faz parte o projeto RNA . No último relatório divulgado pelo instituto, já consta que foram isolados e estão em regeneração 484 hectares e distribuídas 14.500 mil lascas, 1.540 palanques e 400 rolos de arame. Isto equivale a mais de 83 quilômetros de cerca.
“Quando a área possui um nível de degradação um pouco mais alto, além de isolar as áreas a gente precisa também fazer um plantio, principalmente de semente nativa para enriquecer aquela área com banco genético de espécies nativas, para que aquela área acelere o seu processo de regeneração. Uma vez que a gente identifica a área que será restaurada, a gente planeja a longo prazo”, finaliza Darvin
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