O debate contou com a presença de representantes de diversos movimentos, mas, o que era para ser um debate, acabou virando apenas uma discussão sem opiniões contrárias, já que nenhuma autoridade que critique as ações do MST compareceu à audiência pública.
Os parlamentares e representates de entidades denunciaram no encontro que os movimentos sociais estão sendo criminalizados e desqualificados publicamente.
? Na medida que o Ministério Público e setores da Justiça começam a abrir processo contra ações de movimentos sociais na luta por vida, por dignidade, por liberdade, nós achamos que isso fere a democracia ? afirma o deputado Pedro Wilson (PT-GO).
Um dos casos de maior repercussão nacional contra a existência dos movimentos sociais foi a divulgação, no final de junho deste ano, de documentos que comprovam a tentativa do Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul de dissolver o MST. E foi esse o tema que concentrou as discussões da audiência pública.
O advogado Leandro Scalabrini, que divulgou as informações, contou como o MST foi descrito.
? São caracterizados como movimentos que deixaram de realizar atos típicos de mobilização social e passaram a atos de ações criminosas, taticamente organizados como se fossem operações paramilitares ? afirmou Scalabrini.
Já o representante do MST no Estado, Sílvio Santos, relatou a forma como os agricultures são tratados no Rio Grande do Sul.
? Se trata os movimentos no RS com repressão, com criminalidade, impedindo o nosso direito de se organizar, de lutar, por uma questão básica que é o acesso à terra ? relata.
A senadora Marina Silva (PT-AC) fez questão de participar da audiência. Para ela, não se pode generalizar as ações do MST a partir de eventos isolados.
? Não se pode utilizar o questionamento a algumas práticas isoladas para justificar qualquer veto ou forma de desconstituir aquilo que está previsto na constituição que é o direito à manifestação e à organização ? afirma.