? Com leilões exclusivos, você obtém ganhos de escala para que, quando os mercados tradicionais, como a Europa e Estados Unidos retomarem, você tenha uma indústria consolidada, para poder manter a competição dessa fonte.
Para o presidente da Abeeólica, a tecnologia não está consolidada no país. Com esse objetivo, a entidade está trabalhando na construção de uma rede de pesquisas que irá culminar na criação de um centro de pesquisas de energia eólica. Para isso, foi contratada a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). A instituição fará um estudo sobre como deverá ser essa rede.
No final de setembro, a associação promoverá uma reunião da qual participarão os vários segmentos interessados no projeto: governo, fabricantes, institutos de pesquisa. O objetivo é tentar viabilizar a rede de pesquisas ainda este ano, para definição posterior do centro de energia eólica. Simões acredita que o centro iniciará as operações entre 2012 e 2013. Ainda não está decidido, também, se o modelo de gestão do centro será público, privado, ou misto, envolvendo uma parceria público privada (PPP).
No final deste mês, será iniciada, no Rio de Janeiro, a segunda edição da Brazil Wind Power, congresso e feira do setor eólico promovidos pela Abeeólica e pelo Conselho Mundial de Energia Eólica. O evento reunirá os principais executivos e autoridades do setor, além de fabricantes instalados no país e representantes da comunidade científica, para debater questões como a sustentabilidade, o meio ambiente e energias renováveis.
Ricardo Simões avaliou que a tendência é de expansão das energias renováveis no mundo, com destaque para a eólica. Ele acredita que os países têm de se preocupar com a sua independência energética.
? Não é bom ter o preço da energia variando ao sabor do mercado de commodities, como o petróleo e o gás natural.
Ele acrescentou que, à medida que existe uma preocupação mundial com o aquecimento global e a não emissão de gases de efeito estufa, a energia eólica “tem um destaque natural de ocupar cada vez um espaço maior na matriz de energia do mundo”.
Além das regiões Nordeste e Sul, onde é mais forte a presença de ventos e, em consequência, de usinas eólicas, estudos que vêm sendo feitos poderão apontar, em futuro breve, o Estado de Minas Gerais como um novo potencial a ser explorado, informou Ricardo Simões.