Um dos principais eixos viários de Mato Grosso, a rodovia liga os corredores de exportação para o sudeste, até o Porto de Santos, e para o norte, por meio do Porto de Parauapebas, no Pará. A obra, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tem 412 quilômetros de extensão, mas não saiu do papel porque uma parte da rodovia ? em torno de 110 quilômetros ? passa por dentro de uma reserva indígena.
? Lá moram mais de 300 mil pessoas que, na época da chuva, não conseguem transitar. E aqui a gente não está falando só de produção agrícola e bovinos, mas de pessoas que já morreram dentro de ambulâncias, porque as ambulâncias não conseguem transitar na estrada ? afirma o produtor rural Eduardo Moura.
A possibilidade de fazer um desvio em torno da reserva não é bem vista por alguns prefeitos, que temem o desaparecimento da rodovia. A bancada do Mato Grosso no Congresso avaliou como inadmissível o impasse criado pelos indígenas.
? Essa era uma área privada, antiga fazenda. Foi vendida e houve invasão grande lá e também os índios reivindicaram o direito de uma área de 150 mil hectares. Como a área não está demarcada, a Funai não aceita a liberação da licença ? argumento o senador Gilberto Goellner (DEM-MT).