– Se existir outro Estado chamado Rio Grande do Sul, pode ser que lá esteja resolvido – diz o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger.
Ele argumenta que a remoção do cereal do Centro-Oeste para o Sul atendeu apenas em parte a alimentação animal.
– Isso atende o independente e é bom que esteja solucionado.
Freiberger acrescenta que o milho para a agroindústria ainda não chegou. Ele atribui ao baixo Valor de Escoamento de Produto (VEP) a dificuldade para que os gaúchos busquem o cereal no Centro-Oeste. No caso dos criadores de suínos, Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Estado (Acsurs), comemora a previsão de chegada de 30 mil toneladas do cereal para venda a balcão em Santa Rosa, no noroeste do Estado, nos próximos dias.
Há ainda a promessa de remoção de mais 30 mil toneladas, também para a venda a balcão – neste caso, o cereal é destinado apenas a criadores independentes. Mesmo com as 60 mil toneladas a caminho, o abastecimento até o início da colheita da próxima safra gaúcha, em janeiro de 2013, só estará garantido se o governo deslocar outras 100 mil toneladas do grão, de acordo com Folador.
Danilo Benedetti, presidente da comissão de milho da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), aponta que até o momento o milho prometido dos estoques do governo ainda não chegou. Ele também demonstra preocupação com a geada desta semana, cujos efeitos ainda não foram mensurados, que pode comprometer o resultado do plantio de milho nesta primeira fase. Mesmo colhendo safra cheia, o Rio Grande do Sul é dependente do milho de outros Estados para garantir a alimentação de aves e suínos, mas a dependência aumentou neste ano, após a seca que levou a uma quebra de cerca de 40% da safra 2011/2012 do cereal no Estado. Procurada pela Agência Estado, a assessoria do ministério disse que apenas a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) falaria sobre o assunto.