Pecuaristas de Mato Grosso pretendem confinar 12% menos em 2013

Duas pesquisas serão divulgadas ainda este ano, em julho e novembroOs confinadores do Mato Grosso seguem cautelosos com relação ao volume de animais que serão confinados neste ano, apesar de o custo de produção ter caído, já que os grãos estão custando menos.

O primeiro levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), encomendado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), mostra que a intenção de confinar é 12% menor do que o apontado por um estudo realizado na mesma época do ano passado.

A pesquisa aponta que 809,5 mil animais deverão ser terminados no cocho, sendo que em 2012, em abril, a intenção era terminar 929,9 mil animais em confinamento. O Imea e a Acrimat divulgarão mais duas pesquisas, em julho e em novembro.

A região que tem a intenção de confinar mais é o sudeste do Estado, com 229,508 mil cabeças. O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, explicou, em nota, que a decisão de confinar envolve fatores além do preço da ração, ou dos grãos, que é a principal matéria-prima.

– Apesar de os preços do milho estarem em queda, não é só isso que pesa na hora de decidir confinar. O principal fator decisivo é o mercado. Sem o boi estar valorizado, não compensa confinar. O preço da arroba tem que compensar o investimento do confinamento.

Segundo ele, a euforia por causa da redução no preço do milho deve ser reduzida porque o insumo também é a principal fonte das aves e, por isso, a demanda interna poderá fazer com que os preços voltem a subir.

– O frango é concorrente do boi tanto com relação à ração quanto nas prateleiras dos supermercados. Frango mais barato implica na redução do consumo da carne bovina. Então, por mais que os preços do grão estejam em queda, eles podem oscilar devido à demanda da ave.

Em 2012, foram confinados 792,7 mil animais em Mato Grosso, número considerado “relativamente baixo” comparado com os anos anteriores. Em 2011, 813,9 mil foram terminados com ração, 2,6% a mais do que um ano depois.

Para este ano, apesar da expectativa ser maior do que em 2012, a tendência é de que os pecuaristas sejam mais cautelosos antes de optar pelo confinamento.

O Imea também fez o levantamento com relação à capacidade estática de confinar no Estado. A capacidade passou de 850,4 mil cabeças para 874,8 mil cabeças. A instituição observou um aumento do investimento na infraestrutura da atividade e uma diminuição da utilização da capacidade já instalada.