Em entrevista à jornalista Carolina Bahia no programa Mercado e Companhia, do Canal Rural, Pepe Vargas disse que a tendência é de a votação ser novamente adiada.
– Tem que ter mais tranquilidade para votar. É evidente que precisa ser votado, mas temos que produzir algo que compatibilize a produção e o meio-ambiente.
As lideranças dos partidos na Câmara se reúnem novamente nesta terça, dia 13, às 15h30min, para definir se haverá ou não o novo adiamento da sessão. As negociações com o relator do texto, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), continuam, mas as divergências políticas entre os partidos da base aliada e o governo Dilma Rousseff podem provocar o adiamento da votação, admitiu na última semana o presidente da Câmara, Marco Maia.
A cerimônia de posse do novo ministro do Desenvolvimento Agrário deve ser na próxima quarta, mas o deputado Pepe Vargas já adiantou alguns posicionamentos em relação a temas que envolvem a pasta que assumirá nos próximos dias:
Investimento em regiões atingidas pela seca
– Isso vai exigir o esforço de vários órgãos. Tem que envolver o Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Integração Nacional, só para falar de alguns. Mas eu penso que é possível estabelecer um plano factível, precisa ter orçamento. Até porque os impactos econômicos da estiagem não são só para os agricultores. Repercutem no meio urbano e repercutem no orçamento público – disse Pepe Vargas.
Renda aos pequenos produtores
– Tem que ter acesso a crédito, acesso a assistencia técnica, a programas de comercialização, a modernização tecnológica, tanto para aumentar a produtividade quanto para aumentar a qualidade de trabalho no campo, para que os jovens queiram permanecer no campo. É um conjunto de fatores que devem estar interligados para aumentar a renda do agricultor familiar. O Ministério do Desenvolvimento Agrário tem instrumentos para tanto.
Reforma agrária
– Pretendo, logo que assumir, me reunir com o presidente do Incra [Celso Lacerda], para ver qual a avaliação dele, qual o diagnóstico que ele faz. De fato, no ano passado, o número de familias assentadas foi menor do que nos anos anteriores. Isso decorreu pelo fato de que houve uma nova diretriz nos assentamentos, na medida em que se procurou assentar com maior infraestrutura [acesso a água, energia elétrica, estrada para escoar produção]. Não queremos criar favelas rurais, queremos criar assentamentos que sejam produtivos, que garantam a dignidade das famílias que lá cheguem – disse o deputado.