A compra da produção da agricultura familiar garante o selo social que é dado pelo governo federal para as indústrias de biodiesel. Através dele, elas conseguem uma série de vantagens, como incentivos fiscais e a participações em leilões.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag-RS) montou um grupo de trabalho para estudar de que maneira os produtores serão incluídos no Programa Nacional de Produção de Biodiesel. O alvo principal são os associados a cooperativas que não fazem parte do Pronaf.
? A gente trabalha com 10 a 15 mil famílias que ainda não têm acesso a fornecer matéria-prima para biodiesel. A gente espera poder avançar mais, avançar bastante, não no sentido de trazer todas elas, mas trazer, com o passar dos anos, conforme for melhorando o programa, o maior número possível de agricultores familiares para fornecimento de matéria-prima ? explica o tesoureiro da Fetag-RS, Nestor Bonfanti.
O grupo pretende manter com as empresas o pagamento de um bônus por saca de soja. O valor é pequeno, mas pode representar uma mudança para as famílias.
? No mínimo, o bônus será de R$ 1. Devemos tentar negociar com a indústria um aumento desse bônus, porque no momento em que o agricultor tiver o bônus, ele vai ser incentivado a também não só trabalhar com a soja, mas também será incentivado a buscar outras alternativas, outras oleoginosas nessa propriedade ? finaliza Bonfanti.