Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Pequenos produtores de Santa Catarina podem ficar sem compensação por prejuízos causados pela seca

Apesar de acionarem o seguro agrícola, muitos ficarão sem receber pelas perdasAs perdas provocadas pela estiagem levaram 3,2 mil pequenos produtores de Santa Catarina a acionar o seguro agrícola do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Mas, o início das avaliações técnicas deixou claro que muitos não receberão nenhuma compensação pelo prejuízo.

O gerente regional da Epagri de Chapecó, Valdir Crestani, afirma que vários produtores estão retirando o pedido feito ao banco para não ter que pagar o laudo.

O problema está na interpretação das regras do Proagro. Para ser beneficiado, o pequeno produtor precisa comprovar quebra de 30% da safra. A questão é que o percentual se refere à receita financeira prevista e não à produção. Por isso, o que deve ser levado em conta é o valor estimado de produção declarado ao banco. Por exemplo, se o produtor projetou colher 100 sacas em uma área ao preço de R$ 22 a saca, então a previsão de renda por hectare é de R$ 2,2 mil.

Alisson Baldissera, do escritório da Epagri de Chapecó, conta o caso de um agricultor que esperava colher 210 sacas por hectare e perdeu 50% da sua produção. Ele fez um financiamento de R$ 7,4 mil e gastou mais R$ 3 mil do bolso para plantar uma área de cinco hectares. Mas, apesar do prejuízo provocado pela quebra, a receita bruta das 105 sacas a serem colhidas significam R$ 15 mil, valor suficiente para quitar o empréstimo.

– O problema no caso do seguro é que o preço do milho está alto – diz o engenheiro agrônomo Ivan Tormen.

Ele foi à propriedade de Marino Basso, no interior de Nova Itaberaba, cidade de 4,3 mil habitantes do extremo-oeste. O agricultor acredita ter perdido metade da lavoura de milho, para a qual financiou R$ 8 mil.

Chegando lá, Tormen constatou que o produtor havia cortado 1,5 hectare da lavoura para as vacas, o que não é permitido. Além disso, nos 3,5 hectares restantes, ele deveria colher pelo menos 300 sacas ou R$ 8,1 mil, montante superior ao empréstimo.

Mesmo ficando sem renda, o agricultor foi orientado a não encaminhar o pedido de Proagro, porque ele seria negado e ainda teria que bancar o laudo, que custa R$ 190.

Basso, a exemplo de muitos agricultores do Oeste do Estado, perdeu a renda do milho e 30% da receita do leite. Não receberá o prêmio do Proagro, mas ficará em dia com o banco.

Sair da versão mobile