Pequenos produtores são notificados para desocupar terra indígena no Maranhão | Canal Rural Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Pequenos produtores são notificados para desocupar terra indígena no Maranhão

Justiça determina que moradores não índios desocupem a área em 40 diasOs pequenos produtores moradores da terra indígena Awá, localizada na região de São João do Caru, no Maranhão, já começaram a receber a notificação da 5ª Vara da Justiça Federal do Estado que determina que os não índios desocupem a área em 40 dias. Após receberem o documento, as famílias terão esse prazo para sair espontaneamente. No entanto, passado o período, eles sairão de maneira forçada.

>> Leia mais notícias sobre questão indígena

Segundo o advogado da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), Rudy Ferraz, a situação na região é grave. Ele alega que o governo quer retirar os produtores sem projeto para assentamento, sem garantia de terras a curto prazo.

– Cerca de 7 mil pessoas, que estão na área da terra indígena, serão deslocadas para as beiras de estrada. O nosso pleito é que se faça um procedimento que respeite a dignidade das pessoas e o direito de propriedade. A lei prevê o reassentamento imediato dos produtores rurais que têm sua terra declarada como terra indígena. Essa garantia de reassentamento imediato não está sendo cumprida – declara Ferraz.

Para o advogado, sem planejamento não é possível executar o prazo solicitado. Um dos objetivos da FPA é retardar as desocupações, para negociar novas terras rurais. Ferraz afirma que a entidade está elaborando um pedido à Justiça para que seja concedido um prazo mais razoável e proporcional.

– Também vamos fazer a provocação junto à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Secretaria-Geral da Presidência da República e Ministério Público Federal para que eles se sensibilizem e que a decisão judicial seja cumprida em coerência com a realidade. Somos a favor da decisão judicial, contudo ela precisa ser coerente – relata Ferraz.

Ele explica que o prazo dos produtores irá expirar 40 dias após o recebimento da notificação.

– É um prazo que cada produtor terá a partir da sua notificação. Não é um prazo fixo em geral – esclarece.

Conforme o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), após o recebimento do documento, os moradores não índios podem procurar a equipe do Instituto, instalada na Base de Operações montado pelo Exército, situada na região, para fazer os seus cadastramentos,  visando o assentamento em áreas que serão destinadas à reforma agrária.

No ato do cadastramento é necessário apresentar a notificação judicial. Na Base, equipes farão a inscrição das famílias notificadas no Cadastro Único (CadÚnico), no mesmo período em que elas forem cadastradas pelo Incra. É preciso estar inscrito no CadÚnico para ser assentado.

A inscrição no CadÚnico irá permitir às famílias ter acesso às políticas públicas do governo federal, como o Bolsa Família, Brasil Carinhoso e outras.

Clique aqui para ver o vídeo

Sair da versão mobile