O fenômeno castigou a região, que concentra 75% da produção gaúcha de frutas cítricas. Só a bergamota, principal cultura, teve perdas de mais de R$ 26 milhões, inclusive nas variedades mais tardias, que só serão colhidas depois do inverno.
— A queda da produção é de no mínimo 60% em todo o Vale do Caí e a gente teme que possa chegar aos 80% — avalia o técnico da Emater, Maicon Berwanger.
Em variedades mais sensíveis, como a pareci, as perdas foram de 95%.
Na plantação de 15 hectares do citricultor Alexandre Alff, no município de Montenegro, a quebra chega a 75% da produção de bergamota. Em 2011, com safra cheia, foram 62 toneladas. Este ano a colheita não deve passar de 17 toneladas das três variedades produzidas.
— A caí foi 90%, a pareci foi 95% ou mais e a montenegrina foi 60% hoje. Vamos ter que ver mais para frente, porque está secando no pé, mas assim não dá para suco, para o mercado e a para lugar nenhum — afirma o citricultor.
Alff já solicitou a ajuda do seguro. A emater também orienta os citricultores da região a buscarem o benefício.
— Os produtores que possuem financiamento de custeio dos pomares devem procurar o agente financiário ou a Emater de sua cidade, porque esses produtores têm cobertura do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária). A partir disso, vai ser efetuada a perícia do pomar para avaliar as perdas que esse produtor teve — explica o técnico da Emater.