Perdas na produção de hortaliças já chegam a 90% em São Paulo

Baixa produtividade das lavouras eleva os preços dos produtos, compromete o abastecimento da região e também a renda do produtorA produção de hortaliças em Minas Gerais e em São Paulo vem sendo afetada pela longa estiagem. No Estado paulista, a queda na produção chega a 90%. Já em no Triângulo Mineiro, a seca reduziu em 40%. A baixa produtividade das lavouras eleva os preços dos produtos, compromete o abastecimento da região e também a renda do produtor.

Em São Paulo, com os açudes secando, só consegue produzir quem tem poço artesiano na propriedade. Na propriedade de José Ricardo Giorgette eram produzidas dois milhões de mudas de hortaliças por mês, mas com a crise água a produção foi reduzida para 100 mil mudas mensais. Das trinta estufas somente quatro tem produção, as restantes estão vazias. Ele explica que além do corte de 95% da produção, vai precisar reduzir o número de funcionários.

No Estado mineiro os produtores amargam a seca. A vagem, a cenoura, o chuchu e as verduras tiveram aumento de quase 50% no preço. A seca reflete não só no bolso do consumidor, mas também no campo. O agricultor João Carlos Venâncio conta que as perdas nas plantações de tomate, abóbora, pepino e quiabo foram de quase 70%. O produtor diz que viu a seca destruir as lavouras e comprometer toda a renda da família.

Para o presidente da Associação dos Horticultores do Vale do Rio Grande, Sérgio Nepenuceno, diz que mesmo com a presença da chuva nos próximos dias, o ciclo de produção deve levar 90 dias para voltar ao normal. Ele diz que com a chegada do fim de ano a situação pode ficar ainda pior.

– Nossa orientação para o produtor é: plante somente o que vai conseguir irrigar. Não arrisque, pois isso eleva o custo de produção e automaticamente vai precisar subir os preços para manter o gasto estável, ou seja, não passar além do que ganha para não ficar devendo e para não comprometer a próxima safra – reforça.