Veja quem é o pesquisador que através do seu estudo sobre pó de rocha trouxe aos produtores economia e ao campo mais sustentabilidade
Já são mais de 20 anos de pesquisa sobre a aplicação do pó de rocha na agricultura brasileira, como forma de remineralizar os solos. O resultado prático foi uma boa economia para o bolso dos produtores, com o uso de fertilizantes, além de agregar sustentabilidade ao sistema de produção.
Outra carreira marcada por muito estudo e dedicação foi a do pesquisador Éder Martins. Nascido no município de Barretos, interior de São Paulo, na década de 1970 se mudou para Brasília para cursar geologia. Ainda na Universidade de Brasília concluiu seu mestrado e doutorado e não demorou a entrar na Embrapa para pesquisar solos.
Na década de 1990 passou a pesquisar o uso de pó de rocha na agricultura. Os também conhecidos por remineralizadores são rochas moídas e peneiradas que tem a função de melhorar a qualidade física e química do solo. “A rochagem não vem para substituir os fertilizantes, mas para complementar, reduzindo os custos”, garante Martins.
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“O manejo da fertilidade é a base do sistema. E com a rochagem o setor aumenta a sua sustentabilidade”
Hoje a agricultura brasileira faz o manejo do solo com uma adubação que exige aplicação constante de nutrientes. “Com o uso do pó de rocha os ganhos são de curto, médio longo prazo, com o que chamamos de efeito residual. O sojicultor poderá aproveitar a aplicação daquele pó de rocha durante um tempo relativamente longo, melhorando a qualidade de seu solo”, explica Martins.
O pesquisador conta que estes remineralizadores melhoram a disposição do solo de reter água, aumenta a Capacidade de Troca de Cátions (CTC) e possibilita uma atividade biológica maior. “Este trabalho tem o poder de mudar as bases de produção, não só para a soja, mas para outras culturas também. Os resultados são incríveis, reduzindo custos e aumentando a produtividade”, conta o produtor Eduardo Martins. “Não preciso mais usar corretivos, tenho a possibilidade de organizar a base orgânica da produção e ter uma melhora acumulativa no solo.”
O próprio Ministério da Agricultura (Mapa) ressaltou que uma das maiores vantagens do pó de rocha é a disponibilidade em abundância e o baixo custo. O trabalho realizado por Éder Martins foi considerado tão importante ao país, que o Mapa criou uma lei, em março de 2016, que normatiza a produção, o registro e o comércio destes remineralizadores. “Desenvolvemos duas instruções normativas que permitem o registro de produtos a base de pó de rocha, muito importante para dar segurança a quem produz o pó de rocha e ao agricultor que poderá comprar e usar mais facilmente”, explica o pesquisador da Embrapa.
