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Personagem Soja Brasil: conheça Rogério Vian

Entenda o sucesso de sua produção sustentável, referência para quem pretende praticar o manejo biodinâmico

Muito se fala sobre o futuro da agricultura moderna e como a sustentabilidade pode não só reduzir custos, trazer resultados agronômicos superiores e ao mesmo tempo preservar a natureza local. Até pouco tempo ainda se falava que isso tudo era uma utopia, só que hoje, alguns produtores já provaram que é possível. Basta ter dedicação e conhecimento.

Vindo de uma família de agricultores gaúchos, mais especificamente de Colorado (RS), Rogério Vian, já nasceu em terras matogrossenses, em Água Boa (MT), reflexo de uma migração já bastante comentada no país, uma vez que o estado do Centro-Oeste apresentava-se, para os produtores rurais do Sul do país, como uma alternativa atrativa em volume de terras e com bom potencial produtivo. “Minha família sempre trabalhou com agricultura. Desde meus bisavós, avós, todo mundo e fui criado nesse universo. Não tem como não ser apaixonado pelo que faço”, garante Vian.

Rogerio Vian apoio

Sabendo que sua vida sempre estaria ligada ao campo e de olho em melhorias, o produtor, que lida com soja desde meados de 1979, se formou como engenheiro agrônomo. Os conselhos do pai ainda permeiam suas decisões e o ajudaram a inovar na fazenda. “Meu pai, enquanto era vivo, já falava que tínhamos que diminuir os custos, pois não adiantava produzir muito e ter custos ainda mais elevados. Não adianta colher 100 sacas e ter um custo alto. Temos que saber quanto estamos ganhando no final”, comenta ele.

“Estamos tentando imitar a natureza, que nos ensina a milhões de anos como plantar corretamente”

Pensando nisso, há nove anos, antes mesmo desta onda de sustentabilidade que tomou o mundo, Vian começou a apostar na redução no uso de produtos químicos em suas lavouras. “Tiramos um pouco da adubação e fertilização do solo com químicos e usamos um tratamento de sementes com bactérias. Há cinco anos estamos usando o pó de rocha para recondicionar o solo, em substituição ao adubo químico”, explica Vian.

O produtor comentou que os resultados obtidos no campo são excepcionais, sem contar o ganho de lucratividade e até a satisfação dos funcionários por não terem que lidar com tantos químicos, como antes. “Os funcionários estão muito mais satisfeitos, pois usávamos muita adubação química. Fora o trabalho que tínhamos para aplicar tudo aquilo”, diz. “Hoje está mais fácil, aplicamos só o pó de rocha, bem antes do plantio, como se fosse um calcário e depois é só plantar nossas sementes.”

O trabalho realizado na fazenda de Vian vem sendo replicado em outras propriedades da região com a ajuda dele mesmo. Isso porque acredita que se outros aderirem, em um futuro próximo, suas produções podem ganhar até um prêmio por boas práticas em algum mercado diferenciado. “Abandonar boa parte da agricultura convencional e trabalhar com agricultura biodinâmica requer conhecimento e dedicação. Acredito que esta é uma alternativa para o futuro da agricultura brasileira”, comenta o também produtor rural, Ademir Antônio Isoton.

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