Fitopatologista referência em doenças na soja. Seus estudos contribuíram na descoberta e controle da ferrugem asiática, sendo a implementação do vazio sanitário um de seus feitos
Considerado um dos melhores fitopatologistas do país, José Tadashi tem o combate à ferrugem asiática como uma de suas principais bandeiras. A descoberta da doença no Brasil e outras ações contra o fungo, sendo o vazio sanitário a principal, possibilitaram o controle de um dos grandes vilões da cultura da soja.
– Nessa área, é preciso ser detalhista para compreender o problema e arrumar uma maneira simples e fácil de ajudar o agricultor. A filosofia é resolver da melhor maneira possível, e sem ter que recorrer a fungicidas. Esse foi um problema de US$ 500 milhões. Conseguimos erradicar a doença, que até hoje nos EUA não foi erradicada – lembra Tadashi, que ainda defende o uso consciente dos fungicidas que controlam a ferrugem asiática.
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O combate ao cancro da haste também foi outro estudo do fitopatologista. Descoberta no país em 1984, esse fungo causava severas perdas, que podiam chegar até 100%. Segundo Tadashi, essa doença causou prejuízo de mais de US$ 1 bilhão na época. Hoje, doença pode ser controlada rapidamente e sem aumentar demasiadamente os custos de produção.
Formando em agronomia e com mestrado nos Estados Unidos, José Tadashi é reconhecido pelo seu amor ao trabalho. Marcos Akio Yorinori, filho de José Tadashi, lembra-se de uma situação inusitada. Acompanhando uma expedição, o pesquisador embarcou em um avião de pequeno porte. Minutos depois de decolar, o avião caiu.
– Fui levá-lo ao aeroporto, que era afastado da cidade e pequeno. Voltando pra casa, eu ainda não tinha visto o avião no céu. Meu pai me ligou avisando que o avião tinha caído, voltei desesperado para o aeroporto e o vi todo sujo de terra fotografando as folhas para encontrar doença. Foi inacreditável. Ele é apaixonado pelo que faz – recorda Yorinori.
Tadashi também destaca a rápida expansão da soja pelo Brasil. Quando ele começou na pesquisa, ainda na Embrapa, na década de 1970. Na época, segundo ele, a produção de soja era de um milhão de hectares, com produção de um milhão de toneladas. Nesta safra, o país produz em mais de 31 milhões de hectares, produzindo mais de 90 milhões de toneladas.
Suas contribuições são reconhecidas na cadeia produtiva e Tadashi se diz satisfeito com o trabalho realizado.
– Eu tenho mais de 20 homenagens, todas elas são gratificantes. Eu acho que fiz alguma coisa e reconhecem isso. Me sinto realizado – comenta.
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* Colaborou Gabriela Zavarizzi.