Extensionista migrou do sertão nordestino para se tornar peça fundamental no desenvolvimento da soja no norte do Paraná
O mandacaru na propriedade do extensionista Taurino Alexandrino Loiola traz lembrança de sua terra natal, Tauá (CE). Migrou aos 22 anos para Apucarana, norte do Paraná para cursar o colégio agrícola.
– Viemos em quatro irmãos. O mais velho me deu a oportunidade de escolher o que eu iria estudar, escolho o colégio agrícola, por ter mais convivência no meio rural. Eu sou de uma microrregião em que me criei no meio da agricultura – explica.
• Vote no Personagem Soja Brasil 2014/2015
Após terminar os estudos, mudou-se para Bandeirantes, onde se formou em agronomia. Só que essa trajetória na universidade não foi fácil. O pesquisador Wilson Paes de Almeida, amigo de Taurino, recorda das dificuldades que o colega enfrentou.
– O Taurino foi estudar com uma dificuldade financeira enorme. Inclusive, ele sempre lembra que as pessoas que o hospedavam não queria cobrar moradia dele – recorda Almeida.
Terminado os estudos, Taurino Loiola é contratado por uma cooperativa para trabalhar em Wenceslau Braz, que antigamente era conhecido como “ramal da fome”, devido às dificuldades de cultivo. A rotatividade dos extensionistas nessa região era muito alta, pois a exigência era muito grande.
– Acho que me escolheram por eu ter vindo do Nordeste. Na minha região, era normal ficar até 11 meses sem chover, e lá até que chovia bem. Começamos trabalhando com feijão, mas safra sim, safra não havia problemas de quebra. Não dava para ficar na monocultura, em nenhum lugar do mundo dá certo – comenta.
Em busca de alternativa para a cultura do feijão, Loiola encontrou estudos da Embrapa sobre soja e se interessou. Com base na pesquisa, ele começou a introduzir a soja na região. Taurino lembra que colegas chegaram a falar que a decisão era errada, mas o resultado mostrou o contrário.
– Ele foi jogado aos lobos e mostrou seu valor, trabalhou com toda adversidade. Buscou alternativa, não se produzia soja, mas foi atrás. Ele tornou o cultivo da soja viável na região, hoje é a principal cultura. O que antes era o ramal da fome virou um mar de soja. As terras eram baratas, agora são das mais caras do Brasil – exalta Wilson Paes de Almeida.
A expansão da soja em Wenceslau Braz e região foi um grande feito do extensionista. Ele se orgulha disso, mas exalta também a paixão pelo que faz.
– É muito gratificante ter a soja nessa microrregião, porque eu dei a minha contribuição, junto com a pesquisa. Eu amo a agricultura – completa o Loiola.
Clique aqui e veja história completa de Taurino Alexandrino Loiola.