>> Leia mais notícias de milho
O produtor de grãos Antônio Marcos Padoveze, de Rio das Pedras, no interior de São Paulo, não caiu na tentação de diminuir a área de milho para aumentar a produção de soja da safra de verão. Ele conta que manteve 35 hectares para a plantação do cereal.
– Quando a gente optou por plantar milho, procurei troca e estava desvantajoso o preço. Acabei optando em comprar os insumos, para depois fazer uma negociação. Com um preço inferior ao ano passado, acabei optando por não travar preços – disse.
O produtor ainda não comercializou o milho que será colhido em dois meses e espera por preços melhores. Em 2013, a saca variou entre R$ 20 e R$ 28. Padoveze acredita que a estiagem pode reduzir a oferta e forçar um aumento de preços. O produtor destaca que se o clima não colaborar, pode haver perda de produtividade que na safra passada foi boa, de 150 sacas por hectare.
O consultor de mercado Glauco Monte concorda que os preços neste ano devem ser melhores para o produtor do que em 2013, mas ainda inferiores aos valores pagos em 2012. O mercado externo será decisivo.
– As exportações devem se manter na faixa de 18 a 20 milhões de toneladas. A safra americana de mais de 350 milhões de toneladas em 2013 ajudou a recompor os estoques globais. Com estoques mundiais elevados, principalmente nos EUA que quadruplicaram os estoques de passagem. O Brasil também tem estoques elevados que pode reduzir de 14 para 15 devido a redução de párea nos EUA e Brasil – salienta.
A INTL FCStone Consultoria projeta redução de 6% na produção de milho no Brasil nesta safra. Padoveze conta que vai manter a área de milho segunda safra. Mas existe a possibilidade de plantar mais trigo que tem tendência de preços mais atrativos.
– O clima, o mercado e preços dos insumos serão colocados na balança para a tomada da minha decisão – conclui.