A levedura é utilizada em cerca de 30% da produção do etanol brasileiro. Enquanto a Saccharomyces cerevisiae consome o açúcar, ela se multiplica formando outras células, ao mesmo tempo em que libera gás carbônico (CO2) e o etanol, um álcool. Esse processo é conhecido como fermentação.
O estudo, que foi publicado na revista Genome Research no mês de outubro, abre novas perspectivas para a produção de etanol no país, de acordo com seus autores. Com o mapeamento do genoma da levedura, os pesquisadores conseguiram decifrar o mecanismo de ação do microorganismo.
Segundo um dos autores do artigo, Gonçalo Pereira, professor titular do departamento de Genética e Evolução da Unicamp e coordenador do Laboratório de Genômica e Expressão, vinculado ao IB, a Pedra 2 tem uma capacidade impressionante de se modificar e se adaptar às condições adversas durante o processo de fermentação.
? Essa levedura, como organismo experimental, é muita estudada. Mas pouca pesquisa foi feita em relação à produção de etanol nas condições da usina. O que acontece no processo produtivo é uma verdadeira guerra biológica e química. E esse fenômeno foi descoberto, relativamente, há pouco tempo ? disse Pereira.
Segundo o professor da Unicamp, essas leveduras foram selecionadas para “trabalhar” nas indústrias de cana-de-açúcar porque se adaptam com facilidade. O estudo, diz, procurou “entender como é que elas funcionavam”.
? Além do sequenciamento, fizemos uma série de trabalhos genéticos e compreendemos que essa levedura tem uma capacidade enorme de competir e se reorganizar dentro da guerra biológica que ocorre durante o processo de produção de etanol ? explica.