O superintendente regional da Codevasf em Pernambuco, Luiz Manoel, afirma que, entre as vantagens já demonstradas nas pesquisas está a tolerância de cultivares à ocorrência de chuvas, o que pode ampliar a produtividade.
– Já podemos perceber que cerca de nove variedades têm tido bons resultados. Dessas, quatro têm tido resultados excelentes. Temos, por exemplo, uva sem semente que demonstra ser tolerante à chuva. Isso será um ganho enorme, pois poderemos ter duas safras por ano. Normalmente, produzimos apenas uma, já que os produtores têm receio de fazer uma segunda produção e perdê-la por conta das chuvas. Com essa nova variedade, isso não vai mais ocorrer – explica.
O engenheiro da Codevasf, Osnan Ferreira, responsável por acompanhar o projeto, aponta outros aspectos positivos revelados nos experimentos com as novas cultivares.
– Temos visto que algumas dessas variedades estão tendo uma produção maior do que as que conhecemos. Além disso, algumas delas acarretam uma diminuição dos insumos e da mão de obra – esclarece.
Para se ter uma ideia da importância dessas constatações preliminares, nos últimos oito anos, o preço dos insumos subiu cerca de 240% e a mão de obra teve um acréscimo de 100%.
Os resultados finais devem sair em 2015, quando termina o convênio. Até lá, ainda serão realizadas pesquisas no Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP), que irá verificar o brix(quantidade de açúcares), a resistência e o resíduo de agrotóxicos nas frutas. Consultores nacionais e internacionais de produção e mercado também farão análises a fim de saber qual a aceitação dessas cultivares no mercado internacional.
O projeto experimental com novas variedades de uva no Vale do São Francisco conta, ainda, com participação da Embrapa Semiárido, Universidade do Estado da Bahia e empresas parceiras.