O levantamento leva em conta a Produtividade Total dos Fatores (PTF), cálculo feito a partir da divisão entre tudo o que é produzido nas lavouras e na pecuária sobre os insumos utilizados no campo (entre os quais trabalhadores rurais, máquinas agrícolas, defensivos e fertilizantes).
De acordo com o estudo, o aumento de 1% nos gastos com pesquisa é responsável por um crescimento da PTF de até 0,35% em 10 anos, enquanto o acréscimo de 1% nos desembolsos do crédito rural (custeio, investimento e comercialização) eleva esse índice em 0,25% e o impacto das exportações em 0,14%.
– A produtividade de um país deve ser alta para tornar o produto competitivo no mercado internacional, o que explica as exportações como um fator relevante sobre os acréscimos no PTF – explica o coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques.
O crédito agrícola no Brasil aumentou de R$ 17,9 bilhões concedidos em 2001 para R$ 75,1 bilhões em 2009, alta de 319,5%. Já as exportações agropecuárias brasileiras tiveram acréscimo no período de 171,8%, passando de R$ 23,8 bilhões para R$ 64,7 bilhões.
Outros indicadores apontam melhorias nas rodovias, telecomunicações, irrigação e energia elétrica como fundamentais, além da mudança na qualidade dos insumos; deslocamento da produção para novas regiões do Norte, Centro Oeste e Centro Nordeste; e por 69,2% do perfil das pessoas ocupadas nos campos estarem na faixa etária entre 15 e 49 anos.
Brasil em destaque
Os dados levantados pelo Ministério da Agricultura baseiam-se na obra “Crescimento da Produtividade na Agricultura: Uma Perspectiva Internacional” (Productivity Growth in Agriculture: An International Perspective), que analisa a elevação da produtividade agrícola em 156 países, inclusive o Brasil.
O crescimento do Brasil quanto à produtividade total dos fatores foi de 4,04% na década 2001-2009, enquanto a taxa mundial foi de 1,84%, no período.
– Brasil e China são os que mais têm elevado a produção e a produtividade, entre as maiores economias do mundo. Esse fato é atribuído aos pesados investimentos em pesquisa e extensão feitos por ambos os países – destaca Gasques.