– Como ele é mais eficiente por área, é mais produtivo, se ganha em termos de rentabilidade por hectare – explica o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Ariano Magalhães.
O arroz gigante, como foi apelidado pelos pesquisadores, é mais vistoso no campo. As panículas são maiores, e o colmo, que é o caule da planta, também é mais grosso se comparado à planta normal. Justamente por ser maior, ele rende mais. A produtividade pode ultrapassar 11 toneladas por hectare. Com uma tonelada, é possível produzir 420 litros de etanol.
O manejo é o mesmo. O Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz no Brasil, seria o maior beneficiado por essa pesquisa, já que o estado ainda não possui uma produção representativa de etanol.
– Hoje o etanol consumido no Estado é todo importado. Se nós trabalharmos com excedente de produção que nós temos a cada ano de 1,5 milhão de toneladas , poderíamos estar convertendo isso em cerca de 600 milhões de litros de etanol por ano, o que supriria quase a metade do etanol que nós demandamos no RS – calcula Magalhães.
Mil grãos dessa nova linhagem pesam 52 gramas, o dobro do grão convencional. E 95% do grão descascado é amido. É aí que é possível transformar o arroz em etanol. O amido do grão hidrolisado vira açúcar, que é fermentado e vira álcool. Segundo o pesquisador da Embrapa, há projetos de seis biorrefinarias para a realização desse processo, o que tornaria a cultura sustentável.
– Alguns grupos de empresários e até o governo do Estado têm motivado bastante essa iniciativa, e nós estamos bastante otimistas com essa linha pesquisa. Nós estamos nas fases finais de melhoramento na Embrapa, cumprindo último ano das exigências da legislação brasileira. Então no ano que vem a gente está com ela pronta para o lançamento – conta Ariano Magalhães.