A pesquisa de Breno de Paula, engenheiro de alimentos e mestrando da UFBA, sob orientação do professor Celso Duarte Carvalho Filho e co-orientação da pesquisadora Virgínia Martins da Matta (Embrapa), investiga uma alternativa agroindustrial para o umbu, fruta do semiárido nordestino, de grande valor cultural e nutricional, mas de baixo valor comercial. Uma saca de 60 quilos de umbu in natura rende de R$ 5 ou R$ 10 à família dependendo da safra. O mesmo saco transformado em doce pode alcançar rendimentos de até R$ 120.
? Fazendo uma estimativa, um quilo de polpa de umbu produz três litros de bebida fermentada que pode ser comercializada em garrafas de 700ml por até R$ 10 cada uma ? explicou Breno.
De acordo com o engenheiro, o processo de fermentação do umbu não difere muito dos utilizados com outras frutas tropicais. A bebida passa por microfiltração com o objetivo de garantir um aspecto visual mais claro e menos turvo. Em seguida, ela foi comparada com a que foi obtida através de filtração convencional e submetida à apreciação de degustadores na etapa de análise sensorial.
Na análise sensorial, os pesquisadores mediram a percepção do consumidor quanto à aparência, sabor e aceitação da bebida.
? Na análise, 70% dos provadores aprovaram o produto. Em uma perspectiva de mercado o que faltaria é um trabalho de marketing para mostrar que há opções para bebidas de frutas tropicais ? completou Breno.
Cooperativas como a Coopercuc, de Uauá (BA), tem o umbu como carro chefe na comercialização de produtos da caatinga. Os 141 produtores de Canudos, Uauá e Curaçá investiram na agroindustrialização e fizeram alianças dentro e fora do país. Assim, conseguiram pontos de venda em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rio de Grande do Norte.