– Precisamos de inteligência estratégica para ampliar área no Brasil e o que vemos é um processo oposto – afirmou durante o 12º Congresso Brasileiro de Agronegócios, que acontece nesta segunda, dia 5, em São Paulo.
Também participante do painel “Expansão de área para o aumento da oferta”, o sócio-diretor da MP Agro, Alexandre Mendonça de Barros, calcula que 93% da expansão de oferta no último século foi obtida por ganhos de produtividade e apenas 7% por aumento de área.
– Se formos olhar para expansão de área, nós avançamos muito pouco. A resposta brasileira na agricultura se dá em produtividade, e não em área – reforçou o economista.
Segundo Mendonça de Barros, a soja é a cultura que ganhou mais área no Brasil.
– Estamos vendo uma ‘sojificação’ da agricultura brasileira – disse, referindo-se ao avanço das lavouras da oleaginosa sobre outras culturas, como milho e algodão.
Para Eduardo Miranda, apesar das enormes proporções territoriais do país, existem limitações ecológicas, econômicas e sociais para a incorporação de novas terras cultiváveis.
– A maior tragédia foi o Código Florestal – disse Miranda, alertando para a necessidade de revisar a legislação. Ele acrescentou que a tecnologia terá papel fundamental na ocupação de novas áreas e a Embrapa está desenvolvendo estudos na área de gestão territorial. De acordo com Miranda, o oeste da Bahia já esgotou o potencial de expansão de lavouras, mas outros estados como Maranhão e Piauí ainda têm áreas consideráveis que podem ser incorporadas à agricultura.