? Ficavam num canto da obra, secavam até se tornarem extremamente duros ? diz ele. Esse fato chamou a atenção do professor.
Em 2006, Márcio iniciou pesquisa para doutorado, estudando a possibilidade do uso das fibras do saco de cimento na produção de material de construção. Foram feitos vários tipos de testes em laboratório com o material que comprovaram condições físicas e mecânicas e resistência mínima exigida à água e fogo.
? O material é extremamente resistente ao fogo e passou por testes em forno com mais de mil graus ? detalha.
Na constituição de um tijolo de 25 cm X 6,5 cm é necessário incorporar material reciclado equivalente ao kraft de um saco de cimento, segundo o inventor do novo produto. Conforme o solo (terra) utilizado, um pouco de cimento é usual na receita, em média, na proporção de 12%.
? Conseguimos baixar a quantidade de cimento por tijolo para 6% ? revela Márcio.
? Como no DF o solo é abundante, o tijolo praticamente saiu de graça ou com custo menor entre 40% a 50% do preço do produto convencional no mercado ? ressalta.
Outra vantagem do tijolo sustentável é a dispensa do processo de queima. Ele pode ficar aparente, inclusive, podendo baixar os custos de uma casa popular em até 20%.
A tese de doutorado sobre o tijolo de resíduos de sacos de cimento foi defendida no final do ano passado.
? Agora preciso fazer testes com sol e chuva. Quero fazer o protótipo de uma casa no canteiro experimental da faculdade e, depois de um ano, concluir se será possível lançar no mercado ? explica.
? Acho mais responsável assim ? enfatiza o professor, arquiteto e doutor da UnB.