Pesquisadora desenvolve vacina contra bactéria que ataca peixes criados em tanques

Resultados chegam a 96% de imunidade contra a doença mais comum em tilápiasPesquisadora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, desenvolveu uma vacina contra uma bactéria comum em peixes, especialmente aqueles criados em tanques. Os resultados se apresentam próximos a 100% de imunidade contra a doença mais comum em tilápias.

Das 12 mil toneladas de peixes que o Paraná produz por ano, 72% são tilápias. Uma bactéria comum à espécie é responsável pela maioria das mortes desse tipo de peixe em tanques comerciais. A pesquisadora Lucienne Pretto Giordano estuda uma vacina para esse mal há cinco anos. Ela chegou a um tipo injetável, que diz ser altamente eficiente, e conversou com piscicultores durante esse período.

? Essa parceira que nós temos com os produtores é muito boa, porque estamos dentro das propriedades, não fazendo os testes de vacina por enquanto porque isso não pode ser feito dentro da propriedade, mas com a doação de peixes e com a interação deles para o entendimento da epidemiologia das doenças ? explica Lucienne.

A pesquisa é uma parceria do departamento de Microbiologia Veterinária com o de Biologia Animal e Vegetal da UEL. Os peixes recebem a vacina com 90 dias de vida e são avaliados durante um mês. Duas aplicações do produto revelaram um índice de 96% de imunidade.

A vacina injetável é mais eficaz, porém o valor é bem mais elevado do que as aplicadas pelas técnicas de imersão e oral. Produtos similares são usados nos Estados Unidos e no Chile. No Brasil o produto só chegará ao mercado se a iniciativa privada investir no objeto da pesquisa de Lucienne.

? Precisamos de dinheiro para poder continuar a pesquisa. Em setembro vamos começar a testar a via de inoculação pelo banho de imersão ? conta a pesquisadora.