? Viemos observar a cultura florestal de produção. Na França, agricultura e floresta são bem separados ? disse o engenheiro florestal Michel de Galbert.
? (A associação entre café e seringueir)] não pode ser transposta para a França porque são culturas tropicais, mas podemos transpor de outras formas essa biodiversidade.
Segundo o chefe da Divisão dos Cultivos Florestais da Secretaria Estadual de Agricultura, Renato Viana Gonçalves, a visita dos pesquisadores tem o foco na agricultura familiar e na forma como ela lida com a questão florestal.
? Essa cooperação quer estreitar os relacionamentos de como se organiza a produção localmente. Eles podem conhecer os sistemas produtivos do Paraná onde o agricultor familiar se insere e ver como a agricultura familiar trata a questão florestal.
A associação café-seringueira começou a ser feita no Estado há 18 anos. A primeira experiência se deu em uma plantação de café que seria erradicada por ter sido atingida por praga. O modelo tecnológico, no entanto, mostrou-se eficaz. Ao mesmo tempo em que a seringueira beneficiou a cafeicultura, esta auxiliou na cultura do seringal. Um dos benefícios foi a antecipação em um ano da produção de borracha.
Renato Gonçalves, da Secretaria de Agricultura, acredita que além da troca de experiências, a visita dos pesquisadores poderá render dividendos ao Paraná com a venda de créditos de carbono.
? Temos condição de recuperar reservas legais, áreas de preservação permanente e isso gera plantios florestais que vão fazer fixação de carbono. Da parte deles (pesquisadores) podem organizar compradores para esses serviços ambientais.
A engenheira agrônoma Cecile Audras, no entanto, descartou a possibilidade de firmar acordos comerciais nesse sentido.
? Não há interesse comercial. Só a pesquisa e o desenvolvimento. Temos um pouco de interesse também na cultura da soja orgânica, que é uma especialidade nossa ? declarou.