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Pesquisadores cubanos conhecem técnicas de cultivo de arroz no Rio Grande do Sul

Violeta Padrón, que coordena a comitiva, diz que a produção do grão é considerada essencial para o desenvolvimento do país caribenhoUm grupo de pesquisadores de Cuba deve ficar, aproximadamente, dois meses conhecendo o sistema de produção agropecuária do Rio Grande do Sul. Em Camaquã (RS), eles conheceram culturas, técnicas e propriedades escolhidas de acordo com as necessidades que o agronegócio do país possui.

– Foi detectada uma necessidade de uma demanda dos cubanos de produzir alimentos, dado que eles têm que importar 80%, 90% de seus alimentos. Isso provoca na balança deles um problema econômico sério – explica Norma Espíndola, assessora da Secretaria de Relações Internacionais do RS.

Na primeira etapa, o grupo recebeu informações detalhadas sobre o Rio Grande do Sul, como o sistema de governo, os cultivos característicos do Estado e o nível de representatividade dessas atividades no país. E, durante 15 dias, eles acompanharam as técnicas de cultivo do arroz – cultura que tem despertado cada vez mais o interesse de Cuba. Violeta Padrón, que coordena a comitiva, diz que a produção do grão é considerada essencial para o desenvolvimento do país caribenho.

 – O governo está investindo em cultivo para elevar a produtividade do arroz. Em Cuba, consumimos mais de 65 quilos per capita por ano, então é um consumo muito alto. E em Cuba temos um sistema de assistência social, onde as escolas, hospitais, casas de albergues, se dá arroz para a comida. Então, é um consumo social que Cuba tem que garantir. O país não alcança o nível de desenvolvimento da produção agrícola que Brasil e o Estado têm. O RS, especificamente, que é um Estado totalmente agrícola, que tem uma tradição muito alta na produção, sobretudo de arroz e soja.

Metade do arroz consumido em Cuba é importado. Isso porque a produção não é suficiente. São apenas 160 mil hectares em todo o país, enquanto no Rio Grande do Sul a produção é de mais de um milhão de hectares. Na primeira etapa, o grupo cubano está aprendendo sobre técnicas, manejo e gestão do uso da água na irrigação das lavouras.

– O fundamental para eles é que o nosso regime hídrico de chuvas é diferente, nós temos aqui na região a media de 1,6 mil milímetros de chuva por ano, e de forma diferente, eles, lá, ficam até 10 meses sem chuva e, nos outros dois meses, chove 700 milímetros em dois meses. Eles têm dificuldade de reservas, em boa parte das cidades falta água para abastecimento humano e eles vêm de uma trajetória de construir isso lá – diz João Felix Gimino, técnico do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

Jendry Rodriguez Garcia é veterinário e trabalha na divisão de genética animal do Ministério da Agricultura em Cuba. Para ele, o que mais chama a atenção nas lavouras do RS é o sistema de rotação.

– A rotação com outro cultivo, sobretudo, cultivo da soja, traz beneficio ao solo, aportando matéria orgânica, nitrogênio e melhor qualidade na composição do solo. E muitos produtores têm cultivo diversificado em vários anos e tem atraído, como conseqüência, aumento da produtividade – explica.

Depois de conhecer as lavouras, o grupo visitou uma das indústrias de beneficiamento de arroz, onde a água é tratada antes de ser devolvida para o meio ambiente. Assim, eles puderam ver de perto como funcionam todas as etapas da industrialização do produto até ser distribuído para o comércio.

– Nos pareceu muito interessante, porque não temos essa dimensão de indústria que vimos hoje aqui. Pretendemos ter um intercâmbio também, porque é importante manter a qualidade do meio ambiente, de respeito, purificação da água. O reuso nos pareceu uma experiência que temos que aproveitar – observa a engenheira química industrial Letícia Preves.

Como parte do acordo de cooperação entre os dois países, a contrapartida dos cubanos deve ser o compartilhamento para os produtores brasileiros do conhecimento adquirido pelos caribenhos no setor de biodefensivos.

– Que eles possam cumprir seus objetivos e nós possamos construir uma biofábrica aqui no RS. Ela não será construída no final do ano, mas no final do ano já deve estar encaminhada – diz Norma Espíndola.

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