Pesquisadores e interessados no assunto discutiram os prós e os contras da comercialização de cultivares geneticamente modificados. Os grãos são resistentes ao vírus do mosaico dourado, doença que pode causar perdas de até 100% nas lavouras.
? Esperamos que esse feijão possa alterar um pouco a sazonalidade do grão, ou seja, mais disponibilidade ao longo do tempo com menores queda de feijão armazenado ? disse Francisco Aragão, pesquisador da Embrapa.
Ana Carolina Almeida, da ONG Terra de Direitos, afirma que os testes já realizados não são suficientes.
? O agricultor que tem a sua semente criola cultivada há dezenas, centenas de anos, pode ter a sua cultivar contaminada por uma variedade transgênica, porque a CTNBIO não avaliou criticamente a possibilidade de fluxo gênico ? afirmou Ana Carolina.
Os diferentes argumentos ainda serão analisados pela CTNBIO.
? Encerrada a audiência pública, os relatores vão ter condições de emitir seus pareceres. Esperamos que nos próximos dias ou na outra semana, em uma nova reunião da CTNBIO, esse processo seja votado ? afirmou Francisco Zerbini, integrante da CTNBIO.
Se a venda for liberada, o feijão transgênico deve estar nas prateleiras em 2014. Segundo os pesquisadores, a redução dos custos de plantio deve resultar em um produto mais barato para o consumidor.
Resta saber se quem compra vai aderir à novidade.
? O transgênico ainda é uma dúvida, porque ele é uma experiência. É preciso que o povo conheça melhor ? observou a professora Márcia Cardoso.