Genei Damago, pesquisador da Embrapa Trigo, ressalta que a tendência é de queda na produção em anos de La Ninã. No entanto, ele afirma que é possível obter uma boa produtividade com a adoção de alguns cuidados. Semeadura espaçada, qualidade das sementes, plantio direto, insumos adequados e manejo correto do solo aparecem entre os fatores decisivos para um bom cultivo.
Além disso, cada estágio da soja depende de certa quantidade de chuva, o que requer atenção dos produtores. Havendo precipitações no período certo para o desenvolvimento da planta, entretanto, a safra não fica comprometida. Por outro lado, a Embrapa pesquisa estratégias de engenharia genética visando ativar os mecanismos naturais da soja no enfrentamento à falta d’água.
? É uma planta mais tolerante, mas, se o solo não estiver bem preparado, fértil, não adianta ? explica Alexandre Lima Nepomuceno, da Embrapa Soja.
Contra-ataque na falta de chuva
Genei Damago destaca pontos que podem ajudar a enfrentar o La Niña:
– Acompanhar periodicamente a evolução de fenômenos, como o La Niña. Existem previsões a cada 20 dias em sites especializados.
– Não semear toda a lavoura em uma única época. O ideal é plantar em momentos diferentes. Uma diferença de 15 dias pode surtir efeitos favoráveis.
– Utilizar o plantio direto.
– Acompanhar a previsão do tempo.
– Estudar o material que está plantando e conhecer bem a região. Utilizar sementes apropriadas para cada lugar é fundamental. De nada adianta plantar uma semente importada sem saber como se comportará em determinada região.
– Não há uma receita certa para a irrigação, cada propriedade tem suas particularidades. Não vale para todas as regiões e a todos os momentos. Se não há água, não adianta um sistema de irrigação. Geralmente, esse sistema tem bons resultados complementando as precipitações.