Pesquisadores do Paraná trabalham em variedades mais produtivas de milho

Exportações foram afetadas pela crise internacional e produtores plantaram menos nesta safra de verãoEnquanto especialistas de mercado afirmam que os estoques mundiais de milho estão muito baixos, no Brasil ocorre o oposto. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as 58,5 milhões de toneladas produzidas no ano passado não foram totalmente absorvidas pelo mercado interno, o que provocou estoque alto e queda sensível de preços. As exportações sentiram os efeitos da crise internacional, e o produtor acabou plantando menos nesta safra de verão. Apesar do cenário financeiro pessi

O Paraná é o maior produtor de milho do Brasil. Na última safra foi plantado 1,38 milhão de hectares e colhidas 9,74 milhões de toneladas. Para o atual ciclo, a Secretaria de Agricultura do Estado registrou queda de 7% na área plantada e a previsão de colheita menor foi de 10% para 20% depois de 50 dias de estiagem. Apesar disso, a qualidade do grão é cada vez melhor. De acordo com o coordenador de melhoramento vegetal do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Pedro Mário Araújo, as pesquisas ajudam a reduzir problemas e aumentar a produtividade.

Enquanto as pesquisas buscam variedades mais tolerantes a doenças, a pragas e à seca, as altas produtividades são mal aproveitadas pelo mercado financeiro, que deixa o produtor nas mãos dos mecanismos de variação de preços, geralmente desfavoráveis a quem planta. Enquanto o mercado não muda, as instituições de pesquisa públicas e privadas continuam trabalhando.

Maior produtor mundial de milho, os Estados Unidos acabam ditando o comportamento do mercado internacional. A maior parte da produção norte-americana do cereal é transgênica. Para o pesquisador do Iapar, o Brasil está muito atrasado neste setor. Conforme Araújo, as leis brasileiras poderiam ser menos rígidas, o que tornaria o país mais competitivo.