Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia, do acampamento base parte do grupo avançará mais 400 quilômetros em uma das regiões mais isoladas da Antártica, o monte Johns, onde serão realizadas perfurações no gelo para investigar variações no clima e na química da atmosfera ao longo dos últimos 500 anos. Durante o período de 40 dias, o grupo viverá em barracas, acampado sobre geleiras e enfrentando temperaturas de 35°C negativos e locomovendo-se por aviões, esquis e motos de neve.
O grupo, constituído por três pesquisadores gaúchos, três cariocas, um mineiro e um chileno, será liderado pelo glaciologista Jefferson Cardia Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Simões já participou de 19 expedições no Ártico e na Antártica e foi o primeiro brasileiro a atravessar o manto de gelo e a atingir o pólo Sul geográfico por via terrestre, no verão de 2004/2005 em uma missão chilena.
A nova expedição, ação colaborativa entre a UFRGS e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, permitirá ao Brasil explorar cientificamente o interior de um continente de 13,6 milhões de quilômetros quadrados que tem importante papel como controlador do clima do país. Até o momento, a presença brasileira na Antártica está restrita a proximidades da costa do continente.
A expedição é parte das ações brasileiras no Ano Polar Internacional e uma contribuição às investigações sobre a variabilidade e mudanças do clima nos programas International Trans-Antarctic Scientific Expedition e International Partnership in Ice Core Sciences.